T-Systems quer dobrar negócios em três anos

A T-Systems do Brasil espera mais que dobrar seus negócios nos próximos três anos, de olho no outsourcing da informática e na chamada computação em nuvem. É o que estima Ingo Fenslau, vice-presidente executivo de Integração de Sistemas da empresa no País. Justamente com foco no outsourcing e com o objetivo de otimizar sua infraestrutura de TI na Alemanha, a Deutsche Post/DHL fechou um contrato mundial com a alemã T-Systems – que terá impacto no Brasil.


O valor do negócio não foi divulgado, mas a DHL estima que deva haver uma economia de € 400 milhões nos próximos cinco anos. A T-Systems passa a cuidar das cadeias de processos entre a Deutsche Post/DHL e seus clientes e, assumirá o funcionamento de 65 aplicações, bem como serviços de centros de computação anteriormente executados por outros fornecedores. Cerca de 100 colaboradores alemães da DHL serão transferidos para a matriz da T-Systems, em abril.


De acordo com Fenslau, da T-Systems do Brasil, 70% do contrato será realizado pelos centros de produção de software da empresa no Brasil e na Rússia e os 30% restantes – que englobam o contato com o cliente e interações mais complexas – ficarão a cargo da Alemanha. Para cuidar do desenvolvimento e da manutenção de 53 sistemas da DHL, o executivo destaca que foram contratados 50 novos colaboradores no Brasil. “Metade deles precisam falar alemão em nível avançado ou fluente”.


A unidade da T-Systems em Blumenau, inaugurada em 2006, é um dos três Centros Mundiais de Produção de Software do grupo e está se tornando uma referência em projetos internacionais. “Muito embora alguns contratos sejam fechados na Europa, como o caso da DHL, eles são executados globalmente. É o nosso Global Delivery Network”, destaca.


Para falar sobre os projetos e investimentos da T-Systems para este ano, sobre o mercado de outsourcing  e a plataforma de aprendizagem Edunex, Ingo Fenslau concedeu uma entrevista exclusiva para o BRASIL ALEMANHA NEWS. Seguem alguns trechos:


BAN: Recentemente a T-Systems fechou um contrato mundial com a DHL. Qual o impacto deste negócio para o Brasil?


Ingo Fenslau: A T-Systems vem fechando desde o final do ano passado uma série de contratos grandes de outsourcing. Os clientes não se preocupam em comprar novas licenças ou com renovações das aplicações. Os contratos são celebrados na Europa, mas o serviço é executado mundialmente. No passado, 100% do serviço ficava perto do cliente. Agora o serviço é mais industrializado e pode ser desenvolvido por Centros de Competência. Não existem tantos lugares fora da Alemanha, Áustria e Suíça onde o alemão é falado como idioma nativo. É possível, entretanto, encontrar algumas “ilhas” de cultura e língua alemã, como Blumenau.


BAN: Quais os projetos da T-Systems para 2010?


Fenslau: Os Sistemas de Integração, área pela qual sou responsável, representam 12% dos negócios da T-Systems no Brasil. Sendo que 99% da estrutura fica em Blumenau. Nosso foco é crescer em outsourcing. Há uma tendência de muitas empresas quererem fazer o outsourcing da informática, para isso elas precisam de um parceiro forte para reorganizar a gestão da informática. O mercado brasileiro tem maturidade e isso vai ser um grande negócio para os próximos anos. Também está previsto o lançamento do primeiro projeto piloto de e-learning, que faremos com 25 alunos e professores do IFPA (sistema dual com o colégio Humboldt) a partir de abril deste ano. A plataforma de aprendizagem Edunex, da T-Systems, funciona como um hardware móvel e contempla conteúdo multimídia e interativo a partir de informações de bibliotecas, editoras e da internet. Os alunos e professores terão acesso a um pen drive inteligente e poderão trabalhar on e offline. O Edunex já existe na Alemanha desde 2004 e é aplicado em universidades de locais como Hessen e Nordrhein-Westfalen.


BAN: Tem alguma estimativa de crescimento para este ano?


Fenslau: A T-Systems faturou R$ 338 milhões em 2009 e R$ 316 milhões no ano anterior. Pretendemos mais do que dobrar os negócios no Brasil nos próximos três anos. Por esta razão investimos também em um datacenter, em Alphaville, na grande São Paulo, a ser inaugurado ainda este ano. Ele se somará aos três existentes – dois deles em São Bernardo do Campo e outro em São Paulo. O novo empreendimento terá área inicial de 600 metros quadrados e com espaço para armazenar mais de dois mil servidores.


BAN: Que novidades foram apresentadas na Cebit e serão trazidas para o Brasil?


Fenslau: Fechamos uma parceria de serviços globais com a SAP e passamos a fazer parte do programa de Parceiros de Serviços Globais da empresa. O enfoque central do acordo será no desenvolvimento de soluções para características das aplicações SAP a dispositivos móveis por parte da T-Systems. Na prática, vamos vender muito mais serviços baseados em SAP. Já trabalhávamos juntos, mas eram ações mais pontuais. Outra tendência apresentada na feira é a cloud computing.


BAN: Qual é, na sua visão, a tendência da computação em nuvem (ou cloud computing)?


Fenslau: A tendência é, cada vez mais, as empresas usarem a chamada computação em nuvem, porque é prático e mais barato. O armazenamento de dados é feito em servidores que poderão ser acessados de qualquer lugar do mundo e a qualquer hora, não havendo necessidade de instalação de programas, serviços ou de armazenar dados. O acesso a programas, serviços e arquivos é remoto, por meio da Internet – daí a alusão à nuvem, ou, em inglês, cloud computing. Os clientes não se preocupam em comprar novas licenças ou com renovações das aplicações. Usam os recursos tecnológicos mediante o pagamento de uma assinatura.

Divulgação/T-Systems
Divulgação/T-Systems