Evento traça panorama das energias renováveis


As principais tendências, as perspectivas e os mais recentes desenvolvimentos tecnológicos do mercado brasileiro de energias limpas e eficiência energética serão pauta de discussão na primeira edição da conferência “Das Renováveis à Eficiência Energética”, que ocorre na próxima terça-feira (23), em São Paulo.



Voltado a empresários, gestores públicos, executivos ligados às áreas de sustentabilidade e energia e estudantes, o evento reunirá especialistas brasileiros e alemães, que apresentarão suas visões sobre o tema. A realização é da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha de São Paulo (AHK-Brasil), em parceria com a Agência de Cooperação Alemã (GIZ) e com patrocínio da Allianz Brasil.



Segundo a coordenadora do departamento de Meio Ambiente, Energias Renováveis e Eficiência Energética da Câmara, Danielly Andrade, a proposta do evento é aprofundar o intercâmbio de informações entre entidades e empresas brasileiras e alemãs no campo das energias limpas. “Durante a Rio+20, a Câmara Brasil-Alemanha lançou a publicação digital intitulada ‘Das Renováveis à Eficiência Energética’, que pode ser considerada uma das principais compilações já realizadas sobre este setor no Brasil. A publicação foi um grande sucesso e decidimos então aprofundar a discussão esboçada em suas páginas com um evento maior voltado a toda a indústria de energia renovável e eficiência energética”, pontua a coordenadora.



A conferência homônima à publicação reunirá autores e parceiros que contribuíram com artigos publicados no estudo. São especialistas e representantes de empresas, de ONGs, do setor público e de agências ligadas ao setor de energia.



Para o diretor do departamento de Meio Ambiente, Energias Renováveis e Eficiência Energética da AHK, Ricardo Rose, o momento por que passa o setor energético brasileiro é decisivo para determinar quão sustentável será seu desenvolvimento. “Nos próximos anos, registraremos um boom na demanda de energia no Brasil. Definir políticas ambientais e aprimorar as soluções a partir de fontes renováveis, como energia eólica, solar e bioenergia, são metas aliadas para aumentar a produtividade das empresas do setor e poupar recursos naturais”, afirma. Segundo o relatório World Energy Outlook, divulgado pela Agência Internacional de Energia (AIE), a demanda de energia no Brasil crescerá 78% entre 2009 e 2035, o que deixará o País atrás apenas da Índia nesse quesito.



De acordo com Rose, a forte expansão na demanda de energia é reflexo do crescimento da economia do País, da elevação na taxa de investimentos em produção industrial, do aumento da renda das famílias e da sua consequente mudança no padrão de consumo. “Uma alternativa para sustentar essa expansão é olhar para exemplos conquistados por outros mercados no setor de energia, no qual a Alemanha se encontra atualmente na vanguarda. Nesse sentido, a Câmara Brasil-Alemanha exerce o fundamental papel de promover transferência de tecnologia e know-how entre os países.”



A conferência acontecerá no Tryp São Paulo Nações Unidas, localizado na Rua Fernandes Moreira, 1.264 – Chácara Santo Antônio, a partir das 8h30min. As inscrições podem ser feitas por meio do site da Câmara Brasil-Alemanha.



Alemanha vanguardista



Em 1998, a Alemanha implantou um programa de substituição de fontes energéticas não renováveis e energia nuclear por fontes limpas, como eólica, fotovoltaica, térmica, de biomassa e biogás, geotérmica, além de outras formas em fase inicial de desenvolvimento, como a energia das marés. Simultaneamente, o governo alemão iniciou também um programa de pesquisa e uso de biocombustíveis, com foco no biodiesel e no etanol.



As determinações levaram o país a se tornar o primeiro do mundo a introduzir uma política energética baseada na substituição das energias não renováveis e da energia nuclear, que têm prazo de desativação até 2021.



A energia fotovoltaica é uma das principais apostas da Alemanha no ramo das renováveis. Em 2000, logo após a determinação alemã de substituir as fontes não renováveis, a capacidade instalada no país para a energia solar era de 76 MW. Em 2011, chegou a 4.401 MW. Para efeito de comparação, a capacidade instalada para hidrelétricas subiu de 3.538 MW para 4.401 MW no mesmo período.

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