Alemanha cede e facilita consenso europeu


 


Terminou nesta sexta-feira (29), em Bruxelas, a cúpula dos chefes de Estado e governo da zona do euro. Durante a reunião – que foi marcada pela pressão dos líderes da Espanha e Itália, Mariano Rajoy e Mario Monti, respectivamente – a chanceler alemã, Angela Merkel, fez importantes concessões quanto às novas regras dos fundos de resgate, abrindo caminho para uma aprovação definitiva de um pacto de crescimento para a União Europeia.


Com o recuo da Alemanha, os líderes europeus concordaram com a possibilidade de recapitalização direta dos bancos em dificuldade e de intervenções por parte dos fundos de resgate para compra de dívida nos mercados, medidas ansiadas especialmente pela Espanha e Itália. Dessa forma, as duas economias em dificuldade esperam tranquilizar os mercados financeiros e baixar as elevadas taxas de juro a que têm sido expostas.


Embora tenha concordado com uma ajuda direta a bancos através do fundo de resgate do euro, a chanceler alemã salientou que, nesse processo, o Banco Central Europeu (BCE) exercerá um importante papel como "superautoridade supervisora".


Merkel declarou que há "pressão dos mercados financeiros e isso é indiscutível", mas afirmou ter permanecido "fiel" a seus princípios ao pedir contrapartidas em troca de ceder em medidas como a recapitalização direta dos bancos para ajudar a Espanha. "Acredito que conseguimos algo importante, mas ao mesmo tempo permanecemos fiéis a nossos princípios", disse. Ainda, a líder do governo alemão reforçou sua posição, sublinhando que os novos acordos "continuam inteiramente no esquema anterior: prestação, contrapartida, condicionalidade e controle".


Apesar das concessões da Alemanha, Merkel avisou que continua contra a introdução das “eurobonds” e que não aceitará a alteração do perfil de credor prioritário dos fundos de resgate do euro. 

Council of the European Union
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