Aviação brasileira atrai imprensa alemã

“Um homem de negócios em São Paulo precisa de duas coisas: um Black Berry e um helicóptero”. Diante da frase do diretor comercial e de marketing da Helibrás, Julien Negrel, o grupo de 20 jornalistas alemães sorriu, comentando o aparente exagero. Poucos minutos mais tarde, porém, eles perceberiam que esse tipo de transporte aéreo é, sim, utilizado com muita frequência na cidade que ocupa a posição de maior centro financeiro da América Latina.


Os jornalistas que participavam, nesta quarta-feira (27), da visita à única fabricante brasileira de helicópteros, com escritório em São Paulo, fazem parte da Associação de Jornalistas de Aviação (LPC, sigla em alemão). Eles viajam a convite da TAM, que possui um escritório em Frankfurt. “A demanda surgiu dos próprios jornalistas, que demonstraram interesse em conhecer a aviação brasileira”, afirma José Soares, diretor geral da TAM na Alemanha.


Mercado


Atualmente, há 500 helicópteros em atividade em São Paulo. Desses, segundo Negrel, metade é de fabricação da Helibrás, pertencente ao Grupo Eurocopter. O bom momento desse mercado, que em 2009 rendeu um faturamento de R$ 357 milhões à empresa, parece ter um futuro promissor no Brasil.


Com uma nova fábrica nos planos para 2011, o executivo afirma que projetos como a Copa do Mundo de 2014 e o pré-sal trazem boas perspectivas para os próximos anos. A Petrobrás é um dos clientes da Helibrás e utiliza aeronaves produzidas pela empresa nas operações de apoio às explorações. O exército brasileiro e empresas privadas completam a lista de compradores.


Tráfego


“A cada 1 minuto sobe ou desce um helicóptero nessa cidade. É incrível”, disse o jornalista da TV alemã ARD, Michael Immel, observando a movimentação do terraço da Helibrás, na base aérea do Campo de Marte. Ele afirma que a curiosidade dos jornalistas em conhecer esse tipo de transporte aéreo no Brasil se deu, sobretudo, em função das notícias que chegam na Alemanha. “Nós lemos nos jornais todos os dias notícias sobre os BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) e queríamos ver de perto o que acontece aqui”, comentou. Segundo ele, que visitou recentemente Nova Deli e Hong Kong, não há nada parecido com o que viu na capital paulista, ao menos no que diz respeito à frota de helicópteros.


Uma questão veio à tona entre os jornalistas: como é possível coordenar todas essas aeronaves sobrevoando ao mesmo tempo? Há organização?


“É muito bem organizado. Além das torres dos aeroportos, há uma comunicação entre os pilotos que é algo muito particular, mas eficiente”, afirmou o técnico da Helibrás, Bernd Zech, alemão que mora há um ano e meio no Brasil.


Os jornalistas visitarão também o Centro Tecnológico da TAM, em São Carlos, e a Embraer.

Tatiana Lemos
Tatiana Lemos