Brics busca fortalecer sua posição mundial


Líderes das principais economias emergentes se reunirão nesta quarta e quinta-feira (28-29), em Nova Delhi, capital indiana, para discutir a crise mundial e seu impacto sobre o comércio. Trata-se da IV Cúpula do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), durante a qual serão discutidas questões ligadas à economia, políticas de segurança e paz, assim como o esforço conjunto para o desenvolvimento sustentável.



Além da presidente Dilma Rousseff, que chegou hoje (26) na Índia acompanhada por uma comitiva de cerca 60 empresários brasileiros, participarão das reuniões os presidentes Dmitri Medvedev (Rússia), Hu Jintao (China) e Jacob Zuma (África do Sul), além do primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh.



Entre as propostas a serem discutidas está a criação de um banco de desenvolvimento, que será apresentada pelo primeiro-ministro da Índia. A instituição bancária seria uma espécie de alternativa ao Banco Mundial e ao Fundo Monetário Internacional (FMI), constituída com capital dos cinco países e responsável por financiar projetos dos próprios integrantes do grupo, além de outras nações em desenvolvimento. Como o processo para criar e consolidar tal instituição é demorado, os governantes deverão apenas assinar uma declaração, sinalizando a disposição de criar um grupo técnico para iniciar os trabalhos.  



Outro objetivo dos países do Brics é a ampliação de seus acordos bilaterais, por intermédio de  suas instituições bancárias de desenvolvimento econômico, utilizando moedas locais. Para tanto, seus representantes deverão assinar uma declaração que fixe a determinação do Brics nesse âmbito. No caso do Brasil, o acordo será firmado com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).



Na opinião dos negociadores brasileiros, os esforços devem mostrar à comunidade internacional que o bloco pode ser referência no cenário econômico e político. Todos os líderes dos países querem ampliar as relações comerciais internas e externas incentivando a expansão dos mercados exportadores e importadores.



Também deve ser aprovado um texto em defesa da paz e da segurança no Oriente Médio e no Norte da África. Os destaques deverão ser a Síria, em decorrência do agravamento da situação de violência no país, e o acirramento das tensões no Afeganistão.



A última cúpula do Brics foi realizada em 14 de abril de 2011 em Sanya, no sul da China, e teve uma avaliação muito positiva por parte dos participantes.



 



* Com informações da Agência Brasil

Wikimedia / Dilma Rousseff
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