Setor de seguros tem boas perspectivas no Brasil


Se tudo correr dentro do esperado e “o mundo não atrapalhar demais”, o PIB brasileiro pode crescer entre 3,5% e 4% a partir de 2013. A estimativa é do economista Eduardo Gianetti da Fonseca, que palestrou durante o 7º Fórum Internacional de Seguros para Jornalistas, realizado pela Allianz Seguros nesta semana em São Paulo.



Gianetti destacou o fato de o Brasil ter “metabolizado” bem os efeitos da atual crise econômica, diferentemente do que ocorria num passado recente, quando o País sofria de uma “hipersensibilidade” à economia internacional e tinha grandes problemas quando ela apresentava alguma turbulência maior.



“O fato, porém, é que estamos crescendo bem menos do que em 2010”, apontou Gianetti. Por trás disso, há uma combinação de queda da demanda externa por produtos e de queda da formação bruta de capital fixo – os empresários brasileiros estão investindo muito pouco em máquinas e equipamentos.



“O que o Brasil precisa atacar agora é a baixa competitividade e o alto custo da produção do País em dólar. O governo vem percebendo isso e tomando medidas, como a redução do custo da energia elétrica e da folha de pagamento – este último foi dado a apenas alguns setores, mas acredito que será generalizado”, ressaltou o economista.



Setor de seguros



Gianetti observou que, ao contrário da indústria de transformação e das commodities minerais, o setor de seguros não foi afetado pela crise no Brasil, até por sua penetração ainda ser baixa no País – hoje, o valor movimentado por apólices, consideradas também as do segmento saúde, é de pouco mais de 5% do Produto Interno Bruto (PIB).



“O seguro ainda é um produto novo para o brasileiro. Na Europa, cada cliente tem, em média, cinco, seis apólices. Nossa média é de uma, duas. Além disso, ainda estamos muito concentrados em seguros de propriedade, como veículos, e pouco em responsabilidade civil”, afirmou Felipe Gomes, diretor de gestão de mercado e estratégia da Allianz. O executivo acredita que o mercado brasileiro – que representa metade do latino-americano – terá pela frente pelo menos mais uma década de expansão.



Dados apresentados pela Allianz dão conta que, enquanto o PIB cresceu apenas 0,6% no primeiro semestre do ano em relação ao mesmo período do ano passado, o setor de seguros registrou expansão de 23,2%, fechando os primeiros sete meses do ano com arrecadação de R$ 71,6 bilhões (informação da Susep – Superintendência de Seguros Privados, não inclui saúde).



Um segmento com muito potencial, segundo a Allianz, é o seguro de automóvel, já que 420 mil carros novos devem chegar às ruas em breve, em função da extensão do IPI zero feita pelo governo. Também as grandes obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e as da Copa e das Olimpíadas foram destacadas no Fórum como promissoras para o setor de seguros – o governo federal investiu, até agora, R$ 324,3 bilhões em obras apenas do PAC 2.



Allianz



As grandes obras são um dos segmentos nos quais a Allianz está apostando nos próximos anos no Brasil, segundo Felipe Gomes. Outros dois são automóveis e saúde – “entendemos que tem um mercado ainda muito vasto em saúde, que está se profissionalizando em pequenas e médias empresas, há um espaço grande para crescermos”, ressaltou o executivo.



A Allianz ocupa hoje a 6ª posição no mercado de seguros brasileiro (em termos de receita com prêmios, sem saúde e VGBL). A perspectiva da companhia é encerrar 2012 com R$ 3,5 bilhões em prêmios e fatia de mercado de 7% nos segmentos não-vida. Até 2015, tem como alvo quase dobrar de tamanho, atingindo um faturamento de R$ 5,8 bilhões em prêmios.



“A Allianz já é a líder no país em Riscos de Engenharia [dados Susep – julho/2012] e tem apetite, know how e capacidade econômica para segurar os projetos de grande porte. Nós estamos preparados para participar das obras anunciadas pelo Programa de Infraestrutura e Logística, batizado informalmente de PAC Privado, que concede à iniciativa privada ferrovias e rodovias. Ao todo, estão previstos investimentos de R$ 130 bilhões, sendo R$ 80 bilhões destes até 2018”, afirma Edward Lange em release divulgado pela Allianz à imprensa. Lange assumirá o posto de CEO da Allianz Seguros no Brasil dentro de alguns meses, substituindo Max Thiermann, que será presidente do Conselho de Administração da companhia.



“Para os seguros de varejo, a estratégia será aproveitar o potencial do mercado doméstico, cujas previsões são de alta até a próxima década”, diz o novo presidente. Uma pesquisa recente da McKinsey aponta o potencial do consumo local até 2020. As projeções assinalam que os atuais R$ 2,2 trilhões vão saltar para R$ 3,5 trilhões nos próximos oito anos.

Divulgação Allianz
Divulgação Allianz