FMI cobra urgência da UE em medidas contra a crise


Os países da zona do euro precisam urgentemente aprofundar a integração fiscal e financeira para resolver a crise econômica e resgatar a confiança dos investidores globais, advertiu o Fundo Monetário Internacional (FMI). Segundo o órgão, as ações tomadas até agora pelas autoridades europeias são insuficientes para conter a turbulência econômica internacional.



A recomendação consta do Relatório de Estabilidade Financeira Global, divulgado nesta quinta-feira (10) pelo fundo. Na avaliação dos técnicos, apesar da recente decisão do Banco Central Europeu (BCE) de comprar títulos de países com problemas para rolar a dívida pública, os governos da região precisam tomar medidas adicionais para conter a fuga de capitais nas nações mais afetadas pela crise.



Para o FMI, a crise da dívida na zona do euro continua a ser a maior ameaça à estabilidade financeira global. Esses temores, de acordo com o órgão, são reforçados pelo lento progresso nas negociações entre os países. “Embora várias ações importantes tenham sido tomadas pelas autoridades, essa agenda continua criticamente incompleta, expondo a zona do euro a uma espiral negativa de fuga de capital, temores de ruptura e declínio econômico”, ressaltou o FMI no documento.



O fundo pede que os países promovam ações coordenadas para alcançar três objetivos: reduzir as dívidas dos governos e os déficits públicos de modo a apoiar o crescimento econômico; implementar reformas estruturais (flexibilizando o mercado de trabalho e aumentando a competitividade) para reduzir os desequilíbrios internos; e promover uma faxina no setor bancário por meio de recapitalizações e reestruturações dos bancos viáveis.



Por causa da demora dos países da zona do euro em resolver os problemas, o FMI recomendou que os bancos do continente vendam pelo menos US$ 2,8 trilhões em ativos pelos próximos dois anos para diminuir o risco para os balanços das instituições financeiras. O montante é US$ 200 bilhões maior que a estimativa feita há seis meses. Essa medida, no entanto, reduziria o crédito em até 9% nos países da periferia da zona do euro até o fim de 2013, prejudicando a recuperação dessas economias.



Em outro relatório, divulgado na última segunda-feira (8), o FMI havia reduzido as projeções de crescimento para a zona do euro. Segundo o órgão, as economias dos países que adotam a moeda única encolherão 0,4% em 2012 e crescerão apenas 0,2% em 2013. Há três meses, o FMI tinha estimado queda de 0,3% neste ano e crescimento de 0,7% no próximo.



Com informações da Agência Brasil

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