Ministro diz não acreditar em desindustrialização

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior Miguel Jorge afirmou, nesta sexta-feira (22), não acreditar que o País esteja passando por um processo de desindustrialização motivado pela valorização do real e pelo aumento das importações. “Eu não concordo com essa tese de desindustrialização, que teria sido levantada devido à perda de competitividade de alguns setores da economia”, afirmou durante um encontro com empresário na Câmara Brasil-Alemanha de São Paulo.


O Ministro argumentou que indústria brasileira é “sólida, diversificada e passa por um bom momento de investimento e geração de emprego”. Ele citou o mapa de investimentos do BNDES para o período de 2010 a 2013, que prevê um crescimento de 78,4% para a indústria, percentual maior do que o estimado para infraestrutura e edificações.


O governo está otimista e, segundo o Ministro, deverá revisar para cima, na próxima segunda-feira (25), a meta de superávit comercial , que prevê US$ 190 bilhões em exportações e US$ 175 bilhões em importações em 2010.


Competitividade


A perda de competitividade de alguns setores, segundo o Ministro, se deve a fatores como a desvalorização do dólar frente a outras moedas, que afeta as exportações; taxação elevada da produção e a política cambial artificial praticada por países asiáticos.


“Há sinais de que o mundo poderá enfrentar uma guerra cambial, uma situação que precisamos evitar a qualquer custo, pois levaria muitos países a adotar medidas protecionistas num volume que comprometeria o livre comércio”, destacou.


Miguel Jorge declarou ainda não acreditar na implementação de uma reforma tributária ampla. Será preciso, segundo ele, realizar diversas pequenas reformas para desonerar o setor produtivo.

Câmara Brasil-Alemanha/Luiz Machado
Câmara Brasil-Alemanha/Luiz Machado