Setor eletroeletrônico nacional busca espaço no pré-sal

Os projetos relacionados à exploração de petróleo nas bacias de Santos (SP) e de Campos (RJ) animam a indústria elétrica e eletrônica. Somente o Plano de Negócios da Petrobras prevê US$ 174 bilhões, no período 2008 a 2013. Entre as oportunidades de negócios para o setor estão o fornecimento de sistema elétrico, automação industrial, instrumentação, medição fiscal e comunicações.


Para evitar que a demanda por esses itens seja suprida por importações e garantir mais espaço das indústrias nacionais nos projetos ligados ao pré-sal, entidades do setor buscam uma alteração na regra atual do Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo (Prominp). O programa governamental prevê um índice de 65% de conteúdo local para cada projeto.


Segundo a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), no caso da construção de um petroleiro, por exemplo, só a compra de aço e alguns serviços para sua fabricação já responderia por este percentual global, deixando o fabricante livre para buscar em qualquer região do mundo os fornecedores para os demais sistemas do navio.


“O que a Abinee e outras entidades industriais pretendem é estabelecer esse mesmo índice para cada um dos sistemas”, explica Paulo Sérgio Galvão, gerente regional da Abinee no Rio de Janeiro, que representa a entidade nas discussões do Prominp. A Abinee participa há mais de três anos das discussões e desenvolvimento do Prominp.


 


Crescimento – Prejudicada pela crise mundial e pela valorização cambial em 2009, a indústria elétrica e eletrônica projeta a retomada do crescimento em 2010. De acordo com a Abinee, a previsão de incremento no faturamento deste ano é de 11%, o equivalente a quase R$ 125 bilhões.


Em 2009, o faturamento do setor no Brasil caiu cerca de 9% na comparação com 2008, fechando em R$ 112,2 bilhões, segundo a entidade. Apenas as áreas de informática e material elétrico mantiveram seus desempenhos no mesmo nível de 2008. O segmento de telecomunicações foi o que registrou a maior queda, com redução de 19%.


A recuperação começou a ser sentida nos três últimos meses do ano passado e deve se confirmar em 2010. “O crescimento deverá ser impulsionado, sobretudo, pelos segmentos de infraestrutura de telecomunicações, geração e distribuição de energia e automação industrial”, comenta Humberto Barbato, presidente da Abinee.

Agência Petrobrás/Nelson Peres
Agência Petrobrás/Nelson Peres