Em recente processo de seleção técnica-financeira, a Siemens recebeu a maior pontuação entre as empresas concorrentes e foi eleita pelo Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), que integra o Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), como a principal fornecedora do Sistema de Automação Industrial da fase de prototipação das linhas de luz do Sirius, o novo acelerador de partículas brasileiro, que está sendo construído em Campinas, SP. Atualmente, o LNLS já disponibiliza o único acelerador síncrotron da América Latina, conhecido como UVX, inaugurado à comunidade cientifica em 1997.
“Em nosso estudo de avaliação baseado em testes de campo e nas propostas técnicas e financeiras dos fornecedores, a Siemens foi a empresa participante que obteve a melhor nota na proposta de equipamentos e suporte de automação para linhas de luz do Sirius”, afirma Fernando Henrique Cardoso, líder do Grupo de Apoio em Eletrônica do LNLS”.
Um acelerador de partículas é um equipamento que fornece energia a feixes de partículas subatômicas eletricamente carregadas. Sua função é acelerar e elevar a energia das partículas. O mais conhecido acelerador do mundo é o LHC (Large Hadron Collider), do CERN (Centro Europeu de Pesquisas Nucleares), localizado entre a França e a Suíça, e que foi indispensável para a obtenção do prêmio Nobel de física por encontrar sinais da partícula Bóson de Higgs. A pesquisa feita no LHC baseia-se em colisões de prótons e íons pesados. Já o novo acelerador brasileiro, o Sirius, é um acelerador de elétrons e tem a função de produzir a luz síncrotron. A luz produzida é uma radiação eletromagnética de amplo espectro que vai do infravermelho aos raios X de mais alto brilho. Essa luz é ferramenta fundamental para pesquisadores do mundo todo realizarem avanços nas mais diversas áreas da ciência, tais como Biologia, Física, Química, Engenharia de Materiais, entre outras.
Por meio da solução Simatic e da plataforma TIA Portal (Totally integrated Automation) da Siemens, os engenheiros do LNLS conseguirão fazer a automação, controle e proteção de diversos equipamentos de alta tecnologia e valor agregado, em sua maioria projetados e construídos no CNPEM. Além disso, o projeto do sistema de segurança pessoal das linhas de luz usará solução Safety da Siemens, a qual monitora todos os elementos relacionados à proteção radiológica da estação experimental, lugar onde efetivamente os pesquisadores atuam.
O Sirius tem previsão de inauguração em 2019. A parceria Siemens/CNPEM inclui ainda o treinamento e suporte da empresa aos engenheiros e técnicos para utilização das soluções, além dos equipamentos e softwares, para uso em campo.
“O Sirius é um grande desafio em termos de física e engenharia e poder contribuir com esse projeto, que marca a história da ciência e tecnologia no País, é motivo de muito orgulho para a Siemens”, Pablo Roberto Fava, diretor de Automação de Sistemas da empresa.
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