Além de ser o celeiro agrícola do País, o Paraná é um importante polo industrial, que concentra boa parte de suas indústrias entre Curitiba e Ponta Grossa. A Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha do Paraná (AHK Paraná) representa cerca de 200 das maiores e mais importantes empresas instaladas no estado.
Neste contexto, não há dúvida que o investimento e a transferência de tecnologia compartilhados pela Alemanha contribuíram para o desenvolvimento industrial do Paraná.
A primeira economia da Europa é reconhecida pela gestão focada e disciplinada. Outras características do estilo da gestão alemã são o planejamento e a racionalidade, segundo relata o diretor da AHK Paraná e cônsul honorário da Alemanha em Curitiba, Andreas Hoffrichter. “O que é prometido deve ser cumprido no prazo estabelecido. Disciplina é fundamental quando se trata da gestão alemã”, diz Hoffrichter. Ele afirma que o planejamento a longo prazo e a visão objetiva são outros diferenciais das empresas alemãs, que atuam no Paraná.
De acordo com o diretor da AHK Paraná, uma coisa é a empresa fazer o planejamento estratégico, a outra é executá-lo. “Os alemães têm facilidade para executar o que planejam, certamente isso é possível porque há foco, disciplina, objetividade. Além disso, os alemães são confiantes”, conta.
Na Alemanha, conforme expõe Hoffrichter, o planejamento estratégico das empresas abrange um período que varia entre cinco e 15 anos. “Temos que nos preparar para o futuro, sem planejamento não vamos muito longe”, conclui o cônsul.
O consultor alemão Heinrich Josef Taprogge, que atende empresas alemãs e brasileiras oferecendo consultoria em Gestão e Processos, menciona a objetividade, dedicação à produtividade e separação clara entre questões profissionais e pessoais, como características marcantes dos empresários alemães.
“Do meu ponto de vista, a separação entre o ‘profissional’ e a ‘vida privada’ é a diferença mais expressiva entre alemães e brasileiros. Os profissionais de uma empresa alemã, quando estão no trabalho, lidam diretamente com questões profissionais e falam diretamente sobre assuntos profissionais, são adeptos do chamado ‘go directly to the point’ e, de alguma maneira, pode-se dizer que não são tão ‘diplomáticos’ como os brasileiros nesse sentido”, esclarece.
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