Com mais de 8,5 milhões de km² de área, o Brasil tem apenas pouco mais de 30 mil km de malha ferroviária. Para uma nação de proporções continentais, esses números mostram que há potencial e necessidade de construção de novos ramais pelo país.
De acordo com dados da Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos (ANPTrilhos), atualmente, há projetos para mais de 540 km de linhas de sistemas de transporte de passageiros sobre trilhos. Muitos destes projetos já têm estudos de viabilidade concluídos e aguar-dam contratação com potencial para serem iniciados até 2023.
Conhecido como Trem Intercidades ou TIC, o projeto do trecho que deve fazer a ligação entre as cidades de São Paulo e Americana, com paradas em Jundiaí e Campinas, é um dos mais aguardados do setor, por exemplo.
O transporte ferroviário é, de fato, mais eficiente em relação ao consumo de combustível (no caso, diesel), do que o rodoviário. Para comparação, o consumo de combustível do trem equivale a 30% do gasto do caminhão por quilômetro a cada tonelada transportada.
Uma solução de curto prazo e com menor custo de implementação, seriam os trens com tração diesel (motor a combustão), entretanto aqui no Brasil estão presentes apenas em cidades do Nordeste brasileiro, como Recife (Pernambuco) e Maceió (Alagoas), apesar de serem muito populares na Europa, fazendo ligação entre diversas cidades de países como Espanha, Polônia e Alemanha.
Estigmatizados pela questão da poluição, os trens com tração diesel seguem a política de limites de emissão de gases poluentes e são equipados com motores que estão de acordo com a legislação vigente, sem prejudicar o meio ambiente.
Com menor custo de implantação, na comparação com o sistema de tração elétrico, os trens com tração diesel ajudam a definir a demanda, ou seja, um projeto de ligação entre cidades pode ser iniciado com o uso de veículos ferroviários à base de diesel.
Com o começo efetivo da operação e o consequente crescimento da demanda é possível fazer a energização da linha para ampliar o número de passageiros transportados. Esta flexibilidade logística permite a regiões distantes traçarem como meta a construção de novas linhas, beneficiando diretamente o passageiro.
“O Brasil tem hoje um grande potencial para o setor ferroviário e o sistema de trens com tração diesel deve ser visto como uma grande oportunidade para todos os interessados na ampliação da rede, sejam governo, empresas ou usuários. Estamos trabalhando para mostrar os inúmeros benefícios que o sistema pode proporcionar e como as várias alternativas podem se complementar, transformando cidades mais autônomas e inteligentes”, diz Adelson Martins, Diretor da Divisão de Mobilidade.