A multinacional Bayer realizou a 3ª edição do Juventude Negra nesta semana. Durante um dia inteiro, mais de 100 jovens estudantes participaram de um Day Experience com profissionais da Bayer e outros convidados. A programação incluiu visita à Bayer, roda de conversa sobre a temática racial em ambientes corporativos e uma dinâmica de Hackathon, que propõe soluções para ampliar a inclusão e a diversidade.
A iniciativa foi criada em 2017 e tem o objetivo de debater práticas de inclusão nas grandes organizações. A ação, pioneira em proporcionar encontros de universitários negros nas empresas, tem o protagonismo de pessoas negras como pilar. O encontro também proporcionou a difusão de temas de interesse entre coletivos negros, promovendo um espaço de diálogo sobre juventude, negritude e sociedade, além de propor soluções para inclusão racial nas organizações.
O evento também contou com a participação de convidados ligados às temáticas raciais, que, além de aquecer o diálogo, ainda contribuíram com insights e reflexões entre os participantes. Ana Paula Xongani esteve presente no evento. A estilista, mãe, empresária, produtora de conteúdo e mulher preta – como ela mesma faz questão de destacar – também é uma influenciadora digital que alcançou o sucesso e sempre buscou seu espaço de representatividade. Hoje, com quase 80 mil seguidores no Instagram e mais de 70 mil inscritos no YouTube, Ana Paula gosta de se definir como seu ativismo afetivo.
Quando questionada sobre como se sente em relação a sua trajetória, conquistas e aos espaços que conseguiu abrir ao longo do caminho, Ana Paula Xongani afirma que a luta pela representatividade caracteriza o seu existir, além de demonstrar uma forma de resistência.
“É nosso dever investirmos parte da nossa vida para continuarmos a luta, fortalecermos nossa resistência e nunca podemos esquecer da importância de existir. Não podemos nos conformar em fazer o dobro para conseguir metade. Mais do que resistir, eu quero existir. Eu quero todo o potencial de existir”.
Ivair Santos, Executivo da Secretaria de Saúde de São Paulo, também compartilhou sua experiência e seu conhecimento em ciência política, relações internacionais e sociologia, com ênfase em direitos humanos. Ivair aproveitou a ocasião para lembrar o contexto histórico que impacta a sociedade atual.
“Muito foi feito antes de nós. Temos história, muita história. Temos homens e mulheres negros que deram sua vida para estarmos aqui hoje. É fundamental enfrentarmos o desafio de não sermos maioria em um ambiente organizacional”.
A ação faz parte dos projetos desenvolvidos pelo Comitê de Diversidade e Inclusão para diferentes temas – LGBTQ+, gênero, pessoas com deficiência e gerações, além do BayAfro. Os chamados grupos de afinidades têm como foco as práticas e as estratégias específicas para conscientização, inclusão e igualdade racial.