Itens mais vendidos foram guarda-roupas, cadeira, sofá, cama e colchão
O setor moveleiro, impulsionado pelo isolamento social e pelo crescimento da modalidade de trabalho home office, comemora os bons resultados obtidos durante a pandemia. O fechamento temporário das lojas físicas foi outro fator que incidiu positivamente sobre os números do e-commerce da categoria, que registrou um aumento de 94,4% nos primeiros cinco meses deste ano em relação ao mesmo período de 2019 – com faturamento na casa dos R$ 2,51 bilhões, segundo dados da pesquisa realizada pelo movimento Compre&Confie em parceria com a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm).
“Neste ano, a grande maioria das pessoas colocou em prática o trabalho remoto. É um momento de percepção, de reflexão. Houve uma virada nos principais pontos de consumo e começamos a perceber que a decisão de compra está mais rápida. A gente vê a importância do e-commerce, que nunca foi tão usado. Esta forma de consumo já existia, mas cresceu exponencialmente devido às circunstâncias. A relação com a família também foi transformada, as pessoas ficaram muito mais em casa e decidiram investir em conforto”, explica Carolina Vitola, designer de produtos responsável pela planta do Brasil da Interprint, multinacional alemã especialista em papéis decorativos, empresa que integra o quadro associativo da AHK Paraná.
Ainda de acordo com o levantamento, a tendência de aumento do e-commerce continua: de maio a junho, o número de pedidos de móveis subiu 207%. O faturamento do segmento na internet, nestes dois meses, chegou a 1,5 bilhão de reais. “Esta mudança na forma de se relacionar com o ambiente doméstico é universal. Afeta a forma de consumo, trabalho, a relação com a casa e muda as prioridades. Nós trabalhamos onde moramos e moramos onde trabalhamos. Agora vivemos essa forma híbrida de trabalho, que exige uma readaptação”, afirma.
Volta ao escritório
Para a profissional da Interprint, a configuração dos escritórios passará por mudanças significativas. “O espaço de trabalho vai ter de se adaptar, terá que ser mais flexível. Estamos saindo da forma de trabalho pela qual íamos todos os dias para o escritório, cada um para sua sala, e migrando para espaços mais colaborativos, onde a presença passa a ser menos frequente e com mais conexão entre os funcionários e gestores. A ideia é criar ambientes que permitam o compartilhamento de conhecimento na empresa”, finaliza.