A Confederação Alemã das Câmaras de Comércio e Indústria (DIHK, em sua sigla em alemão) divulgou os resultados da primeira edição do ano de sua tradicional pesquisa AHK World Business Outlook. Os dados revelaram as perspectivas de recuperação econômica em meio à pandemia do Coronavírus e ao processo de vacinação. Mais de 4.500 empresas alemãs, filiais e subsidiárias ao redor do mundo participaram da pesquisa.
A expectativa geral é de uma melhora na economia, ainda que esses números sejam mais acentuados para empresas da América do Norte e da China. Em comparação à pesquisa realizada no final de ano passado, na qual as perspectivas positivas e negativas estavam equilibradas, os resultados mostraram que as empresas estão mais otimistas agora. 47% das empresas alemãs esperam que seus negócios se desenvolvam melhor durante os próximos meses.
Enquanto as empresas alemãs na China, Ásia e América do Norte estão particularmente confiantes, as empresas da América do Sul e Central, bem como da Europa Oriental e do Sudeste Asiático ainda não esperam uma recuperação econômica forte nos próximos meses.
Na Grande China, 69% esperam que a economia melhore, enquanto na América do Norte esse número corresponde a 64%. Por outro lado, apenas 43% das empresas do Oriente Médio e da África esperam que a economia geral melhore.
Já na América do Sul e Central, as expectativas de recuperação econômica das empresas são equilibradas. Enquanto na Argentina e Venezuela a expectativa de desenvolvimento é pior, no Brasil e no Chile predominam as expectativas positivas: 35% das empresas esperam uma melhora na situação econômica nos dois primeiros países, em oposição aos 45% dos dois últimos.Com relação à situação comercial atual das empresas alemãs em localidades internacionais, a avaliação é boa. Na China, a situação já é avaliada como melhor do que antes da crise. Nas outras regiões do mundo, ainda que tenha havido uma melhora, os números continuam inferiores se comparadas ao período anterior à pandemia.
As expectativas para os negócios das próprias empresas alemãs no exterior brilharam consideravelmente. Mais de metade das empresas espera que seu desempenho comercial melhore durante os próximos doze meses. Apenas 8% esperam uma deterioração. Um terço das empresas planeja fazer maiores investimentos nos próximos meses, 16% querem reduzir seus investimentos.
As intenções de emprego das empresas alemãs no exterior também apresentaram mudanças de perspectivas. Atualmente 35% pretendem contratar mais funcionários nos próximos doze meses, enquanto 11% planejam reduzir o número de funcionários. As possibilidades de emprego são positivas em todos os setores da economia, mas são particularmente pronunciadas entre as empresas industriais e de construção. Apesar do otimismo com relação à economia, o impacto da pandemia continua a representar grandes desafios para as empresas. Os problemas na cadeia de abastecimento e logística, escassez de bens e serviços, e paradas na produção pioraram em comparação com a pesquisa anterior. Muitas empresas ainda estão tendo que cancelar ou adiar investimentos.
72% das empresas ainda estão sendo afetadas por restrições de viagem e 45% precisaram cancelar por feiras e eventos. As empresas em Hong Kong, Japão e Índia são as que mais citaram problemas com as restrições de viagem. As feiras e eventos cancelados, por outro lado, são um problema mais concentrado nas empresas da zona do euro. Adicionalmente, problemas no frete marítimo e com a escassez de contêineres impactaram negativamente o comércio global nos últimos meses. Como resultado, os custos de transporte aumentaram de forma significativa e os prazos de entrega se estenderam. Por conta disso, 40% das empresas em todo o mundo estão enfrentando problemas em suas cadeias de fornecimento ou logística. Na última pesquisa, o número era de 31%.
Dados coletados das empresas alemãs no Brasil
Ainda que a situação do continente sul-americano não seja tão otimista quanto as da América do Norte e da China, as empresas brasileiras estão majoritariamente confiantes com relação à recuperação econômica. Apenas 24% calculam que a economia terá um desenvolvimento negativo nos próximos meses, enquanto 35% estão otimistas com a melhora econômica. A maior parte dos empresários (cerca de 42%) acredita que a situação se manterá igual ao ano passado.
A expectativa brasileira relacionada aos negócios apresenta um posicionamento moderado. 52% das empresas acreditam que os parâmetros continuarão os de 2020, em contraposição a 38% que confiam na melhora no cenário de negócios no País.
Em termos de investimentos, 36% das empresas alemãs situadas no Brasil têm planos de crescimento nos próximos doze meses, ainda que 32% manterão o número do ano passado.
Assim como nos outros países, o Brasil tem perspectivas boas para o mercado de trabalho. Cerca de 55% das empresas pretendem manter o número de funcionários em seu quadro, enquanto 35% contratarão novos colaboradores.
Por fim, o empresariado brasileiro considera como o impacto mais negativo da pandemia a restrição de viagens. 57% das empresas revelaram dificuldades em lidar com essa questão, seguidos de 49% que divulgaram complicações com logística e com a cadeia de fornecimento. O terceiro ponto mais citado como empecilho para as empresas (41%) foi o cancelamento de eventos e feiras.
O resumo dos resultados da pesquisa está disponível por meio desse link (material em alemão).