Lideranças da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR) apresentaram no dia 28 de junho ao Ministério de Minas de Energia (MME) propostas para o enfrentamento da crise hídrica que tem preocupado o setor elétrico nacional e provocado a elevação das contas de luz da população e dos setores produtivos do País.
A pedido do ministro do MME, Bento Albuquerque, em encontro virtual com a Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Energético e a Secretaria de Energia Elétrica, a entidade apresentou medidas viáveis e de curto e médio prazos para a diversificação da matriz e o atendimento da demanda elétrica, a partir da ampliação da energia solar no País.
Entre as medidas apresentadas pela ABSOLAR, destacam-se ações para os segmentos de mercado de geração própria de energia solar, em telhados de edifícios e pequenos terrenos (geração distribuída) e de grandes usinas solares (geração centralizada).
Na geração distribuída, a entidade propõe um incentivo claro do Governo Federal à geração de energia solar feita por investimentos diretos dos próprios consumidores, em residências, comércios, indústrias e propriedades rurais. Esta ação poderá ampliar, em poucos meses, a capacidade instalada do segmento, que hoje já possui o equivalente a 40% da potência instalada da usina hidrelétrica de Itaipu em operação no Brasil. Em 2020, a geração distribuída foi líder em aumento de capacidade instalada de geração no País, tendo adicionado mais de 2.500 megawatts (MW) adicionou em plena pandemia de COVID-19 e depressão econômica.
A entidade também propôs atuação mais presente do Governo Federal junto às distribuidoras de energia elétrica, para destravar novos projetos de energia solar em telhados e pequenos terrenos, hoje aguardando retorno das distribuidoras para obter conexão. Em Minas Gerais, há atualmente cerca de 500 megawatts à espera da liberação das concessionárias. Acelerar estes processos e punir atrasos no retorno aos consumidores permitirá a entrada em operação de mais usinas em poucos meses, em todos os estados do País.
No caso das usinas de grande porte, a entidade recomenda a realização de novos leilões de energia com participação da fonte solar, já que os empreendimentos são de rápida implementação (um ano e meio, em média) e possuem os preços-médios mais competitivos entre as fontes renováveis, colaborando para a redução na conta de luz dos brasileiros.
“O setor solar fotovoltaico está pronto para ajudar na superação dos desafios trazidos pela atual crise hídrica, ainda mais dada a perspectiva de crescimento econômico do Brasil nos próximos anos. O País precisará de energia elétrica limpa e barata para se manter competitivo”, destaca o Presidente do Conselho de Administração da ABSOLAR, Ronaldo Koloszuk.
“Tanto as grandes usinas quanto os pequenos sistemas em telhados contribuem para aliviar a pressão sobre os reservatórios das hidrelétricas e diminuir o acionamento de termelétricas fósseis, mais caras e poluentes. Isso ajuda a reduzir a demanda por eletricidade no País, especialmente nos horários de pico de consumo do sistema, entre 11h e 18h”, explica Rodrigo Sauaia, CEO da ABSOLAR.