O Grupo TRUMPF fechará o ano fiscal (01/07/ 2020 a 30/06/21) com vendas no nível do ano anterior. Dados preliminares indicam que o valor de vendas ficou em 3,5 bilhões de euros, o mesmo do ano fiscal de 2019/20. Depois da Alemanha, com vendas na ordem dos 580 milhões de euros, os maiores mercados individuais são a China, com cerca de 525 milhões de euros; os EUA, ao redor de 485 milhões de euros, e a Holanda, com 460 milhões de euros. O desempenho nesse país se deve ao negócio EUV (Extreme Ultra-High Violet), em parceria com a ASML, maior fornecedora de sistemas de litografia para semicondutores do mundo. A TRUMPF está iniciando o novo ano fiscal com carteira de pedidos recorde: a entrada de pedidos aumentou 20%, para 3,9 bilhões de euros, ante 3,3 bilhões de euros no ano fiscal anterior.
Segundo Nicola Leibinger-Kammüller, presidente do Conselho Executivo do Grupo TRUMPF, a atividade permanece elevada, neste início de ano fiscal. “As vendas estão estáveis e a entrada de pedidos é muito boa. Elas resultam, entre outros fatores, de fortes impulsos econômicos da China, que vêm além das máquinas de corte e dobra de aplicações eletrônicas e da forte demanda por nossos lasers, especialmente projetados para aplicações na produção de baterias e motores elétricos destinados a eletromobilidade. É visível também uma recuperação no setor de máquinas-ferramenta na Europa. Mas ainda permanece a incerteza sobre como se desenvolverá a recuperação das cadeias de abastecimento globais, isso sem contar os efeitos negativos que novos surtos podem causar nestas cadeias”, comenta.
O número de funcionários em todo o grupo aumentou ligeiramente para 14.800. Na Alemanha, havia cerca de 7.600 funcionários em 30 de junho de 2021, dia do encerrando do ano fiscal 20/21. Destes, perto de 4.400 trabalham na sede em Ditzingen.
Brasil: desempenho acima do esperado
No Brasil, onde está há 40 anos, a TRUMPF encerrou o ano fiscal com metas cumpridas e desempenho “muito acima do esperado”, segundo o CEO da empresa, João Visetti. Em níveis porcentuais, o aumento foi da ordem de 16,8% em vendas e 30,5% na entrada de pedidos. Esse resultado é tão mais relevante considerando que o ano fiscal da TRUMPF pegou os dois semestres mais impactantes da pandemia no Brasil (os últimos seis meses de 2020 e os seis primeiros meses de 2021). “Vivemos o auge da pandemia, no ano fiscal inteiro. Outras empresas, que utilizam o ano calendário, tiveram a sorte de ser atingidas somente por um ciclo a cada ano”, raciocina o executivo.
A atividade permanece elevada no primeiro trimestre do novo ano fiscal, iniciado em 01/07, apesar da escassez de matérias-primas e de peças no mercado global. “Nossos produtos incorporam mais de 50 itens críticos, e a maioria está com problemas na cadeia de fornecimento, especialmente aço e componentes eletrônicos. O transporte de cargas também não está regularizado ainda. Nós trabalhamos com importação, dependemos de aviões, para peças, e navios para máquinas. A qualquer nova onda da Covid, os portos fecham por semanas. O número semanal de voos ainda está abaixo dos níveis pré-pandemia. Apesar disso, devemos cumprir a meta anual de vendas em apenas seis meses”, diz Visetti.
O executivo atribui o bom resultado do ano fiscal ao aquecimento do mercado de bens de capital, especialmente nos setores de construção civil (máquinas da chamada linha amarela), do agronegócio (máquinas e implementos agrícolas) e do setor rodoviário (caminhões e tratores).
O atual cenário econômico no país, com alta de inflação, dos juros e do câmbio, não preocupa o CEO da TRUMPF Brasil, ao menos por enquanto. “A alta da inflação represada já vinha sinalizada no IGP-M, que mede a inflação no atacado, do ano passado e deste ano. Não posso dizer que fomos pegos de surpresa”, diz ele.