O segundo dia do I Fórum Brasil-Alemanha de Diversidade e Inclusão, realizado pela Câmara Brasil-Alemanha de São Paulo, foi marcado por discussões.
Guilherme Bara (@baraguilherme), Sócio da MAC Consultoria e Diversidade, abriu a primeira sessão do dia com uma palestra sobre como criar uma estratégia de grupos de afinidade efetiva e construtiva dentro das organizações. “Dentro de uma empresa, o CNPJ se sobrepõe ao CPF. O grupo de afinidade ajuda na análise, no desenvolvimento do senso de urgência, mas ele não delibera. O que a alta liderança acha importante, ela chama a responsabilidade para si. Eu entendo que ter paixão pelo tema é importante, mas a gente só avança se houver de fato gestão e governança”, afirmou. Para Bara, a fórmula para avançar na construção da estratégia dos grupos de afinidade é atuar em quatro frentes: governança, engajamento, desenvolvimento e análise de fatores críticos.
O consultor destacou ainda a importância de construir uma pauta para os grupos. “Os grupos de afinidade que não têm um planejamento sólido acabam sendo pautados pelas redes sociais, vira uma roda de bate-papo. Essa parte de desabafo é importante para o engajamento e construção do sentimento de comunidade, mas o grupo não pode ser só isso. Precisa ter pauta, estratégia.”
Tiago Rodrigo G. Silva, Diversity Leader na T-Systems do Brasil, foi o moderador do primeiro painel do dia, que se propôs a debater a atuação dos grupos de afinidade nos pilares de Raça e Gerações. “D&I é um tema para muitos atores. Não dá pra construir um tema dessa dimensão na organização sem dividir as tarefas”, destacou.
Em sua apresentação, Francila Calica, Líder do Grupo de Afinidade de Gerações da Bayer, conscientizou sobre a importância de abordar o pilar de gerações nas organizações.
Pessoas acima de 30 anos são a maior faixa da população atualmente. Isto significa que em 30 anos, aproximadamente, o Brasil se tornará um país sênior. Com a expectativa de vida média do brasileiro aumentando graças aos avanços da medicina, o profissional passará mais tempo ativo no mercado de trabalho. “Diversidade geracional é um tema essencial e urgente, que deveria estar na pauta de todas as empresas”, frisou, completando que o encontro de diferentes gerações em um mesmo ambiente impulsiona a inovação, pois une diferentes experiências e perspectivas.
Dayane Silva, Co-Líder do Grupo de Afinidade Racial da BASF, compartilhou um pouco da estratégia da companhia para Diversidade e Inclusão e ressaltou a importância do engajamento das altas lideranças no debate. “A definição de um sponsor é uma estratégia importante. É muito válido ter alguém engajado e influente que possa apoiar o grupo de afinidade nessa jornada”, afirmou.
O segundo painel do dia teve como tema os pilares de Gênero, PcDs e LGBTQIA+. Eliana Oliveira, D&I Leader | Social Communications da SAP Brasil, propôs aos participantes uma reflexão sobre como os vieses inconscientes atuam como barreiras da inclusão. “O primeiro enfrentamento aos vieses inconscientes é admitir que eles existem. E compreender a necessidade de enxergar as pessoas apenas como pessoas”, frisou.
Lilian Pacheco, Diretora Financeira & Líder do Pilar de Diversidade de Gênero na Siemens, defendeu a importância de compreender o papel transformador da companhia e sua influência na transformação social. “A gente tem que mudar a sociedade, sim, deixando um cenário mais igualitário para as próximas gerações. E do ponto de vista da organização é preciso entender que pode e deve contribuir para isso. Além disso, os times mais diversos são mais criativos, trazem mais resultados”, destacou.
Em sua fala, Rafael Cano, Líder do Grupo de Afinidade de PcDs da Mercedes-Benz do Brasil, complementou que a contratação não pode ser o único movimento da companhia em prol da diversidade. “É preciso garantir que a acessibilidade aconteça. O problema está no fato de às vezes oferecermos apenas os recursos básicos para que a pessoa com deficiência possa desempenhar o seu trabalho, mas que não possibilitam a ela ambições de carreira.”
A última sessão do fórum teve como tema “ O S de ESG”. Bruno Carramenha, Sócio-Diretor da 4CO, foi o responsável por conduzir este bate-papo inspirador sobre como o futuro da sociedade impacta na necessidade de ações sociais e políticas afirmativas
Karina Chaves, Gerente de Diversidade e Inclusão da BASF para a América do Sul, foi enfática ao analisar a importância de estabelecer uma cultura voltada para a diversidade. “É preciso buscar uma transversalidade e mostrar que diversidade não é uma área, ou uma pessoa. É um valor da companhia.”
Adriana Ferreira, Head de Consultoria Estratégica da Mais Diversidade, concordou, dizendo que não se pode resumir a atuação a um líder, é preciso engajar toda a companhia. “O papel da pessoa líder de diversidade é ser uma bandeira de alerta para os pontos que podemos melhorar para nos tornar mais inclusivos e diversos”.
Os debates do Fórum estão disponíveis no canal da Câmara Brasil-Alemanha de São Paulo no Youtube.
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