Tensão entre Europa e Rússia provoca instabilidade mundial
O ano começou nervoso na política internacional! A ameaça da Rússia de invadir a Ucrânia desestabiliza a economia europeia e mundial. Os Estados Unidos lideram ofensiva com o apoio dos países aliados.
Mais do que uma crise política, a situação envolve risco de interrupção no abastecimento de gás natural à Europa, o que prejudicaria drasticamente países como a Alemanha, que depende do insumo para aquecer, entre outras, as suas casas no inverno. O país ainda não alcançou a autossuficiência energética, mesmo com os altos investimentos em energias alternativas como a fotovoltaica e a eólica.
Para o Brasil, o cenário geopolítico influencia, principalmente, nos preços do transporte internacional, visto que a região é uma rota marítima importante do petróleo e, também, de fertilizantes utilizados no agronegócio, já que a Bielorússia, outro país envolvido no conflito, é um dos principais fornecedores para o mercado brasileiro.
Evidentemente, instabilidade mundial nunca é um bom negócio para a economia brasileira, mas a possibilidade real de invasão russa com impactos importantes por aqui é improvável. O conflito tende a se manter na discussão diplomática, pois nem Rússia, nem a Europa e, muito menos, os Estados Unidos têm muito a ganhar com uma intervenção militar. Muito pelo contrário, os russos perderiam negócios importantes com a interrupção dos seus gasodutos instalados no Mar do Norte e os Estados Unidos voltariam a um embate com um rival aparentemente já pacificado. Além disso, um confronto direto significaria um perigo mundial, visto que esses países contam com armamentos nucleares consideráveis.
Por isso, a preocupação brasileira hoje está mais voltada para ameaças econômicas mais relevantes, como o movimento de alta dos juros americanos, que deve começar em março, a aparente desaceleração da economia chinesa e, um possível, mas pouco provável, surgimento de uma nova variante da covid. Diante dessas incertezas, somente uma invasão real no Leste Europeu poderá trazer problemas significativos ao Brasil. A orientação aos empresários é acompanhar o desenrolar da instabilidade e gerenciar possíveis aumentos de custos para as importações brasileiras, além de gerenciar o aumento de preços agravado pela alta do petróleo. Leia mais sobre o cenário geopolítico internacional direto nas fontes alemãs pelos links https://bityli.com/hbyDE; encurtador.com.br/gnMP7 e https://bityli.com/KQJis.
Texto escrito por Silvana Piñeiro, diretora da associada Smartcom Inteligência em Comunicação e correspondente do Informativo Acontece Câmara na Alemanha.