O Brasil está na mira dos investidores internacionais. Assim como acontece em outros países emergentes, um número cada vez maior de empresas multinacionais é atraído pela estabilidade do crescimento econômico e o vigor do mercado interno.
O interesse se reflete em projetos como o “Doing business in Brazil” (Fazendo Negócios no Brasil), desenvolvido pelo International Desk, área criada pela UHY Moreira-Auditores para facilitar a adaptação de empresas estrangeiras à legislação brasileira. A companhia, que está entre as 20 maiores de auditoria do Brasil, reuniu recentemente empresários, investidores e organizações governamentais norte-americanos para apresentar oportunidades de negócios e informações sobre os segmentos que prometem gerar lucros nos próximos anos. Em 2009, o projeto foi apresentado na Espanha, Inglaterra, Holanda, Alemanha e França.
Responsável pelo International Desk da UHY Moreira-Auditores, Werner Trieloff, conversou com o Brasil Alemanha News sobre o encontro com os executivos norte-americanos e as oportunidades de negócio em solo brasileiro. Confira:
Brasil Alemanha News: Como os empresários americanos com os quais vocês tiveram contato durante a viagem avaliam hoje o País?
Werner Trieloff: Em geral, temos encontrado expectativas positivas em relação ao Brasil e prognósticos favoráveis quanto ao futuro de nossa economia. A maior parte dos empresários acredita na manutenção do crescimento e na geração de maiores oportunidades nos próximos anos. A proximidade das eleições não afeta estas expectativas, pois há um consenso de que qualquer que seja o candidato eleito, o rumo será mantido.
BAN – Quais são os segmentos que geram mais oportunidades no Brasil para as empresas estrangeiras que desejam vir para cá?
WT – Os setores que estão recebendo maiores investimentos e atenção no momento são óleo e gás, a indústria automobilística e o setor de infraestrutura ligada à preparação para a Copa do Mundo e Jogos Olímpicos. Nossa experiência mostra que empresas brasileiras nos mais variados setores têm mostrado resultados superiores à média mundial, principalmente se comparamos subsidiárias brasileiras às localizadas em mercados mais tradicionais. Temos atendido um número crescente de clientes internacionais interessados em entrar no mercado brasileiro ou expandir suas operações no país.
BAN – Em linhas gerais, quais são as principais etapas realizadas por uma consultoria durante o processo de trazer uma empresa estrangeira para o Brasil?
WT – A primeira etapa sempre envolve o entendimento do processo de negócio do cliente e suas necessidades. A partir daí buscamos saber qual o conhecimento do cliente sobre o mercado brasileiro e sobre como operacionalizar o lucro dentro das particularidades locais. Baseado nestes dados começa então nosso trabalho de informar o cliente e gerenciar suas expectativas, gerando uma solução sob medida para o seu negócio.
BAN – Quanto tempo demora, em média, os trâmites para uma empresa multinacional se instalar no Brasil?
WT – Abrir uma empresa pode levar de 30 a 90 dias, de acordo com a região. O processo inclui os registros nos órgãos governamentais e fiscalizadores correspondentes. Temos uma área especializada dentro da empresa que está constantemente em busca de maneiras de agilizar o processo de maneira segura para que as operações dos clientes iniciem o mais rápido possível.
BAN – Quais as principais dificuldades burocráticas para a instalação de uma empresa multinacional no País?
WT – A complexidade e variabilidade do sistema tributário devem ser levadas em conta na decisão de como entrar no mercado e demandam atenção durante toda a operação. Também enfatizamos aos clientes a importância de expectativas realistas de prazo e custos, pois muitas vezes o trâmite de registro da empresa varia conforme a localização, produto e operação.
BAN – Algum negócio importante foi fechado pela UHY Moreira-Auditores durante a viagem aos Estados Unidos?
WT – Sim, o resultado foi muito positivo. Em curto prazo, estamos iniciando um projeto de compliance à lei Sarbanes-Oxley na operação de São Paulo para uma empresa de telecomunicações e em processo de contratação para fazermos a auditoria contábil de uma companhia do setor automobilístico. A médio e longo prazo temos diversos projetos envolvendo joint ventures de empresas americanas do mesmo setor.