Uma pesquisa realizada pela Green Mobility, consultoria internacional especializada em mobilidade sustentável, comparou, sob o aspecto do transporte, duas cidades de proporções totalmente diferentes: São Paulo, que tem hoje 11 milhões de habitantes, e Nuremberg na Alemanha, com apenas 600 mil habitantes.
Em ambas, 31% da população utiliza o carro diariamente. A diferença é que 69% da população de Nurembergue usa transporte alternativo como bicicleta, trem, metrô ou bondes, o que não ocorre em São Paulo, onde o congestionamento diário varia de 100km a 200km pelo excesso de veículos em circulação.
A falta de mobilidade traz graves conseqüências aos centros urbanos: perdas econômicas, aumento nos índices de acidentes de carros, degradação urbana, aumento nas emissões de CO2, sem falar nos danos à saúde da população. Segundo estimativa da ONU, até 2050, 70% da população mundial estará vivendo em cidades, o que contribuirá para agravar o problema.
Lincoln Paiva, representante da Green Mobility Brasil, acredita que a solução do problema esteja no gerenciamento da mobilidade. O executivo, que fez uma palestra no último dia 23 de junho, durante o Congresso Ecogerma 2010, afirmou que “mobilidade sustentável é a capacidade que temos para realizar deslocamentos com menor impacto econômico, social e ambiental”.
Para Paiva, é preciso estimular os cidadãos a utilizar meios alternativos de locomoção, em detrimento do automóvel. “Hoje, nossa política de mobilidade é extremamente favorável ao uso do carro e não temos incentivos para a redução de seu uso”, explicou o representante de Green Mobility.
Ele afirmou também que nenhum país conseguirá ter um crescimento econômico se não olhar para a questão do transporte sustentável.
Soluções Inovadoras
Bicicletas elétricas (que são carregadas com o movimento do automóvel), carpooling (programa de carona solidária para os trajetos na hora do rush) e carsharing (aluguel de carros por horas ou dias) são algumas das alternativas criadas para evitar o colapso do trânsito em grandes cidades e já adotadas em países como Estados Unidos, Canadá e vários outros da União Europeia, como Suíça, Alemanha e Inglaterra.