PwC aponta a expectativa de otimismo para os mercados de carbono na próxima década

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Uma pesquisa realizada pela PwC do Reino Unido com mais de 210 membros da Associação Internacional para o Comércio de Emissões (IETA, na sigla em inglês) revelou otimismo em relação aos preços do carbono no curto e médio prazo em todo o mundo.

A pesquisa de 2022 realizada com participantes dos mercados de carbono – a 17ª edição produzida pela equipe de Sustentabilidade e Mudanças Climáticas da PwC do Reino Unido para a IETA – também descobriu que o conflito na Ucrânia e as preocupações com a segurança energética derivadas dessas questões geopolíticas provavelmente levarão a Europa a adotar metas climáticas mais ambiciosas.

No entanto, os entrevistados acreditam que o acordo alcançado nas negociações climáticas em Glasgow no ano passado é insuficiente para atingir a meta global de Net Zero até meados do século.

 

Principais conclusões da pesquisa deste ano

Otimismo sobre os preços do carbono é global. A expectativa de alta de preços para os períodos até 2025 e 2030 aumentou muito em todos os sistemas de comércio de emissões (ETS, na sigla em inglês) incluídos na pesquisa. Nos ETS da União Europeia e do Reino Unido, os preços devem chegar a quase € 100 (£ 86) até 2030. Isso se apoia no sentimento otimista em relação ao mercado, expresso na pesquisa de 2021.

Os entrevistados preveem que o conflito na Ucrânia e as preocupações decorrentes com a segurança energética levarão a União Europeia a uma política climática mais ambiciosa. Metade dos entrevistados espera que o conflito na Ucrânia leve a União Europeia a fortalecer seu pacote “Fit for 55”. Os entrevistados consideram as políticas da União Europeia para reduzir a importação de gás russo e acelerar a implantação de energias renováveis como os principais impulsionadores do aumento dos preços do carbono na região até 2030.

O acordo alcançado na COP26 é considerado insuficiente para atingir as metas de longo prazo do Acordo de Paris. Apesar do resultado bem-sucedido das negociações do Artigo 6, 39% dos entrevistados acreditam que o acordo não é suficiente e que são necessários compromissos mais robustos para atingir as metas do Acordo de Paris. Além disso, os entrevistados se mostraram pessimistas em relação ao progresso feito desde a COP26 para traduzir os compromissos em ações – 52% afirmam que não houve muito progresso.

A proposta da União Europeia de estabelecer o Mecanismo de Ajuste de Carbono na Fronteira (CBAM, na sigla em inglês) é considerada eficaz para proteger as indústrias da União Europeia contra o risco de fuga de carbono. A maioria (65%) dos entrevistados espera que a introdução do CBAM e a eliminação gradual das alocações gratuitas sejam “um pouco eficazes”. No entanto, os entrevistados salientaram que o risco de fuga de carbono pode continuar a ocorrer nas indústrias voltadas para a exportação, se não for encontrada uma solução de regulamentação adequada.

Os participantes mostraram otimismo cauteloso sobre o papel dos novos órgãos de governança do mercado de carbono voluntário (VCM, na sigla em inglês) para melhorar a integridade dos créditos de carbono. A maioria dos entrevistados respondeu sim (36%) ou talvez (41%) quando se perguntou se o estabelecimento de novos órgãos de governança vai melhorar a integridade e a sustentabilidade de longo prazo do VCM. No entanto, a qualidade dos créditos de carbono foi apontada como o maior desafio para o VCM nos próximos 12 meses.