Os processos da cadeia logística passam atualmente por um período de adaptação frente às ameaças terroristas e a problemas como o tráfico de drogas internacional. Para Gustavo Costa, gerente da filial de Santos da Hamburg Süd e da Aliança Navegação e Logística, as empresas do setor têm hoje duas preocupações principais relacionadas à segurança.
A primeira é de natureza externa e engloba problemas como o sequestro de navios cargueiros. A segunda, interna, envolve utilização da cadeia logística para esconder produtos ilícitos, como bombas e drogas.
Diante desses perigos, Costa sublinha que “o armador precisa evoluir para ficar no mercado”. O assunto foi tema de um workshop na Câmara Brasil-Alemanha de São Paulo, que também contou com a presença de representantes da Lufthansa Cargo, Bosch e Schenker.
Segurança
Para aumentar a segurança no transporte logístico marítimo é necessária a produção de tecnologia que descubra as ameaças antecipadamente. No transporte aéreo, não é diferente. “O aeroporto de Frankfurt, por exemplo, possui 800 câmeras de vigilância”, comenta Cleverton Vighy, gerente geral da Lufthansa Cargo no Brasil.
Ele ressalta também que uma resolução da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), que transfere para a companhia aérea a responsabilidade pela vistoria das cargas, é fonte de preocupação. A decisão pode criar, segundo ele, constrangimento das empresas frente aos seus clientes e resultar em uma vistoria menos rígida dos produtos.
Garantir a integridade da carga e dos containers marítimo para que eles não sejam violados também é um ponto importante, que poderia ser melhorado com a modernização dos lacres eletrônicos.
Mas Costa adverte, entretanto, que o Brasil “é o campeão da falta de infraestrutura em portos”. Segundo ele, os projetos de modernização estão parados desde 1993, quando ocorreu a privatização dos portos. “Isso causa uma ‘frouxidão’ na segurança”, completa.