A mais recente edição da Pesquisa Anual Global com os CEOs, desenvolvida pela PwC, mostra que um terço dos líderes no Brasil e no mundo não acredita que suas organizações serão economicamente viáveis em dez anos caso se mantenham no rumo atual. Para o levantamento, foram ouvidos aproximadamente 4.400 CEOs, em mais de 100 países, com uma participação recorde de líderes do Brasil.
Os resultados da pesquisa ilustram a profundidade dos desafios atuais que os líderes enfrentam. De um lado, a grande maioria dos CEOs considera extremamente importante reinventar seus negócios para o futuro em um mundo de disrupção e inovação. De outro, enfrentam obstáculos de curto prazo, como a instabilidade da economia global, a inflação, as rupturas das cadeias de suprimento e os conflitos geopolíticos.
Este duplo imperativo – encarar o presente e ao mesmo tempo se transformar para o futuro – os coloca em uma encruzilhada inédita que exige ação imediata. Tendo isso em vista, o relatório da consultoria focou em três dimensões: os desafios atuais; a preparação para o futuro; e a agenda necessária para se atingir um equilíbrio entre o curto e o longo prazos e transformar as dificuldades em oportunidades.
Em relação ao primeiro ponto, 73% dos líderes no Brasil e no mundo acreditam que a economia sofrerá uma desaceleração nos próximos 12 meses, uma mudança drástica em relação ao ano passado, quando 77% apostavam em uma aceleração. Os CEOs brasileiros, da China e da Índia, porém, estão muito mais otimistas em relação ao crescimento de seus próprios países do que da economia global.
Quando se trata das perspectivas do futuro, a inflação e instabilidade macroeconômica são apontadas como principais riscos no curto prazo. Além disso, um terço dos CEOs brasileiros não acredita que suas empresas serão economicamente viáveis em uma década, se mantido o rumo atual. No mundo, o percentual é ainda maior (39%) e mais acentuado em algumas indústrias, como tecnologia (41%), telecomunicações (46%), saúde (42%) e produção industrial (43%).
Ao serem questionados sobre uma agenda equilibrada para balancear os desafios e as oportunidades, os CEOs afirmaram que impulsionar o desempenho operacional atual consome a maior parte do tempo. Se pudessem reformular suas agendas, eles disseram que passariam mais tempo desenvolvendo o negócio e sua estratégia para atender às exigências futuras.
A prioridade na alocação de recursos são os investimentos em tecnologia, como automação, implantação de tecnologias avançadas e upskilling da força de trabalho. Reforçando a percepção dos CEOs de que é urgente olhar para o futuro apesar dos desafios imediatos, cerca de 60% (com poucas exceções) se concentram em reinventar o negócio e 40% em preservar o negócio atual.
A 26ª Pesquisa Anual Global de CEOs pode ser acessada na íntegra pelo link.