O mais mais recente relatório Women in Work Index, produzido pela PwC, mostra que o progresso rumo à igualdade de gênero no trabalho nos 33 países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) tem sido extremamente lento nos últimos 10 anos, com uma disparidade salarial persistente de 14% – queda de apenas 2,5 pontos percentuais desde 2011.
Na última década, a pontuação média do índice para os 33 países da OCDE analisados cresceu 9,2 pontos, passando de 56,3 em 2011 para 65,5 em 2021. Para fazer uma comparação, Luxemburgo, que obteve o melhor desempenho no índice deste ano, melhorou mais que o dobro da média da OCDE no mesmo período, indo de 60,4 para 78,9 pontos.
A “penalização pela maternidade” – a perda de ganhos vitalícios por mulheres que criam filhos – tornou-se o fator mais importante da disparidade salarial entre homens e mulheres. Ela é impulsionada pelo subemprego e pela progressão mais lenta na carreira a que as mulheres são submetidas ao retornar ao trabalho após o parto. O problema é perpetuado pela carga desproporcional de cuidados com as crianças que as mulheres assumem em quase todos os países do mundo.
Essa situação é constatada pela queda de 60% nos ganhos das mães, comparados aos dos pais nos 10 anos após o nascimento do primeiro filho (conforme medido em seis países da OCDE). É possível observar a questão mais amplamente ao verificar os saldos mais baixos das pensões e da poupança para a aposentadoria que as mulheres recebem ao fim de suas vidas profissionais.
A falta de progresso adequado rumo à igualdade de gênero no trabalho traz um grande impacto na economia. A análise da PwC mostra que o aumento das taxas de emprego feminino em toda a OCDE para igualá-las à taxa da Suécia (melhor desempenho no índice de participação feminina) resultaria em ganhos econômicos potenciais de quase 5,8 trilhões de dólares por ano.
Há também ganhos em trilhões de dólares a serem obtidos com o fechamento das disparidades salariais entre homens e mulheres. Aumentar os salários médios das mulheres para igualá-los aos dos homens em toda a OCDE aumentaria a renda feminina em mais de [2,3 trilhões de dólares por ano.
A melhora no Index este ano é um sintoma de recuperação econômica nos mercados de trabalho pós-COVID-19 e não demonstra um progresso genuíno em direção à igualdade de gênero. A disparidade salarial entre homens e mulheres persiste. Em 2021, as mulheres na OCDE ganhavam apenas 86,2% dos rendimentos obtidos pelos homens. “Se a recuperação da pandemia de COVID-19 nos ensinou alguma coisa, é que não podemos confiar apenas no crescimento econômico para produzir igualdade de gênero – a menos que queiramos esperar outros 50 anos ou mais. Devemos projetar e desenvolver soluções políticas que abordem ativamente as causas subjacentes da desigualdade que existe hoje”, afirmou a Economista Sênior da PwC Reino Unido, Larice Stielow.
O Women in Work Index pode ser conferido na íntegra (em inglês) pelo link.