Para traçar as perspectivas para 2023 do empresariado alemão no mundo, a Câmara Alemã de Comércio e Indústria (DIHK, em sua sigla em alemão) divulgou os resultados da mais recente edição da AHK World Business Outlook.
O levantamento reúne as respostas de mais de 5.100 empresas alemãs, filiais e subsidiárias ao redor do mundo que participaram da tradicional pesquisa, e mostra que as empresas alemãs estão olhando para o futuro de forma mais positiva em comparação a 2022 – ainda que seja com otimismo discreto.
Em vez de uma forte recuperação, que seria esperada após três anos de crise global, a avaliação aponta que uma leve brisa econômica está soprando. Quase uma em cada duas empresas (47%) espera melhores negócios em sua região de atuação nos próximos doze meses.
Em contraste, apenas 11% esperam que seus negócios locais sofram um declínio no mesmo período. “A proporção de otimistas aumentou 11 pontos percentuais em relação à pesquisa anterior e a proporção de pessimistas diminuiu 20 pontos percentuais”, disse o chefe de comércio exterior da DIHK, Volker Treier. “Mas as expectativas permanecem muito moderadas no geral. Não há sinal de um boom.”
Um dos pontos de alerta destacados pela pesquisa é a escassez de mão de obra especializada: 40% das empresas estão preocupadas com a possibilidade de não conseguir trabalhadores qualificados suficientes em suas localidades – um número nunca atingido na pesquisa para este tema. Os custos trabalhistas também estão aumentando e 34% das empresas veem isso como um risco.
Em contrapartida, nota-se um fortalecimento das cadeias de abastecimento: apenas 24% das empresas consideram as interrupções na cadeia de suprimentos um risco para o desenvolvimento de seus negócios. A pressão sobre os preços da energia diminuiu em relação à pesquisa anterior, mesmo que 35% das empresas ainda vejam isso como um risco comercial.
Dados coletados das empresas alemãs no Brasil
O Brasil pode desempenhar um papel importante na nova economia global e, por conta disso, os resultados de empresas no País e na América do Sul ganharam destaque na edição desta pesquisa. Barbara Konner, Vice-Presidente Executiva da Câmara Brasil-Alemanha de São Paulo, participou da coletiva de lançamento do resultados na matriz em Berlim, ao lado de Volker Treier e de Julia Fellinger, Assessora de Imprensa da DIHK.
No âmbito das perspectivas do empresariado alemão no Brasil, a expectativa em relação à situação de seus negócios é bastante positiva; 50% responderam que a situação deve melhorar e 44% que deve se manter estável.
Em relação a investimentos, 22% afirmaram que veem perspectiva de aumento, ao passo que 59% devem manter seus investimentos estáveis. Já em relação ao quadro de funcionários, 33% dos respondentes afirmaram que há perspectiva de aumento nas contratações e 53% afirmaram que seus quadros de funcionários devem se manter sem mudanças.
A estrutura da política econômica ainda gera incertezas. Apenas 18% das empresas esperam uma recuperação econômica nos próximos doze meses, enquanto 42% esperam uma desaceleração econômica. A falta de segurança jurídica (35%) e a baixa demanda (35%) também preocupam as empresas.
“As empresas conseguem lidar com desafios. Entretanto, para que possam continuar a dominá-los, companhias precisam de condições políticas encorajadoras. Isso inclui a conclusão de acordos comerciais, como entre o Mercosul e a União Europeia”, destacou Treier.
Acesse os resultados da pesquisa na íntegra aqui:
– Material em alemão
– Material em inglês