A Baviera é conhecida por sua liderança na indústria energética renovável e por seu compromisso com a sustentabilidade. Perseguindo os objetivos colocados na Estratégia de Bioeconomia Bávara e no Novo Programa de Proteção Climática da Baviera, o estado contribui para alcançar o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 07: “Garantir o acesso de todos a uma energia acessível, segura, sustentável e moderna”. Para o sucesso desse objetivo, materialmente, a Baviera investe na formação de uma indústria inovadora, que aproveita suas instalações tecnológicas de vanguarda, para desenvolver soluções em matéria de sustentabilidade. Nesse sentido, a Baviera oferece uma série de forças que podem desempenhar um papel importante no mercado brasileiro de energias renováveis, por meio da mobilização das suas capacidades, enfrentamento dos desafios e aproveitamento de suas oportunidades.
O estado bávaro pode auxiliar o mercado de energias renováveis, por meio de seu potencial de inovação e manufatura. A Baviera é a maior origem de patentes na Europa. Além disso, o estado é considerado a segunda melhor localidade no planeta para atividades industriais. Essas capacidades asseguram que a Baviera pode ser um importante parceiro na produção de equipamentos necessários para a transição energética assim como um importante mercado consumidor para fontes de energia limpas capazes de garantir que a região mantenha sua liderança em matéria tecnológica e industrial.
Apesar dessas forças inequívocas, sabe-se que existem desafios a serem superados. Embora a Baviera tenha uma indústria consolidada e inovação de vanguarda, suas tecnologias podem não ser diretamente transferíveis para o Brasil, devido a diferenças, climáticas e topográficas. Também, é importante considerar que várias aplicações da transição energética são de última geração e, por isso, o arcabouço jurídico nacional e internacional muitas vezes ainda não está adaptando.
Apesar desses desafios, a cooperação com o setor de energia pode trazer muitas oportunidades seja no aproveitamento do potencial já estabelecido seja na criação de novas chances em favor da sustentabilidade. Um caso de sucesso já consolidado é a parceria entre o Instituto de Tecnologia de Alimentos do Estado de São Paulo e o Instituto Fraunhofer para Engenharia de Processos e Embalagens (Fraunhofer IVV). O principal objetivo dessa parceria é evitar a concorrência de fatores de produção aplicados a oferta de bioenergia e a produção de alimentos. Em termos práticos, essa parceria resultou em patentes relacionadas a novos ingredientes obtidos a partir da Macaúba.
Por sua vez, o hidrogênio verde é um bom exemplo de novos caminhos produtivos em matéria de transição energética: Por um lado, a Estratégia de Hidrogénio da Baviera e o Centro Hydrogen Bavaria (H2.B) mostram o compromisso da região com a utilização desse vetor para redução da emissão de gases de efeito estufa; por outro a região reconhece que é preciso estabelecer parcerias internacionais nas cadeias de suprimentos do hidrogénio com potenciais países exportadores. Nesse sentido, o potencial eólico, hidráulico e solar do Brasil com sua matriz elétrica composta por 92% de fontes renováveis chama a atenção e faz do país um parceiro ideal para importação energética bávara.
Diante desses aspectos, sabe-se que a parceira entre a Baviera e o Brasil pode representar sinergias entre as potencialidades para o sucesso da transição energética, por meio da garantia do acesso de todos a uma energia acessível, sustentável e moderna. Em parceria, será possível aproveitar as complementariedades únicas que as duas localidades oferecem.