Nesta terça-feira (05), membros da Diretoria e representantes da área de Relações Governamentais das empresas associadas à Câmara Brasil-Alemanha de São Paulo receberam Dan Ioschpe, Chair do Business 20 (B20).
Ioschpe palestrou ao grupo, apresentando a agenda do Brasil no contexto global e compartilhando informações e visões sobre as estratégias para estimular o desenvolvimento econômico do Brasil no cenário global.
Em sua fala de abertura, Paulo Alvarenga, Presidente da Câmara Brasil-Alemanha de São Paulo (AHK São Paulo) e CEO da thyssenkrupp para América do Sul, destacou a relevância do encontro de Ioschpe com os membros da Diretoria da Instituição. “Nossa Câmara também está participando das discussões do B20 Brasil e recebendo e apoiando delegações alemãs que visitam nosso País neste âmbito. Temos como objetivo promover plataformas de discussão entre vocês, nossos associados, com vista para as oportunidades bilaterais e representação dos seus interesses.”
O B20 é o grupo que conecta a comunidade empresarial aos governos do G20. O grupo envolve cerca de 900 representantes empresariais e tem por objetivo propor ao G20 recomendações de políticas elaboradas por diferentes forças-tarefa, que se reúnem virtualmente durante o ano da presidência.
Organizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o B20 Brasil estabeleceu sete forças-tarefa e um conselho de ação, dedicados a áreas específicas unidas pelo tema “Crescimento Inclusivo para um Futuro Sustentável”.
Ioschpe esclareceu que o B20 irá focar as discussões e recomendações em cinco eixos centrais:
– Promover o crescimento inclusivo e combater a fome, a pobreza e as desigualdades;
– Promover uma transição justa para zerar as emissões líquidas de gases de efeito estufa;
– Aumentar a produtividade por meio da inovação;
– Promover a resiliência das cadeias globais de valor;
– Valorizar o capital humano.
“O B20 servirá para acelerar e vitaminar discussões de temas muito relevantes para o Brasil. É uma enorme oportunidade para acelerar o desenvolvimento socioeconômico e alterar sua rota para melhor”, afirmou Ioschpe.
Sobre as recomendações que serão compartilhadas com os líderes globais, para Ioschpe, elas também darão um curso para transformações internas no País. “Depois do G20, temos que trabalhar para que elas sejam, de fato, implementadas.”
O evento contou ainda com um painel composto por Ioschpe, Alvarenga e Pablo Fava, Presidente e CEO da Siemens no Brasil. Com moderação de Barbara Konner, Vice-Presidente Executiva da Câmara Brasil-Alemanha de São Paulo, o painel abriu espaço para interação entre os o Chair do B20 e os representantes das empresas associadas.
“Essa plataforma de diálogo do B20 é crucial para este momento de novas conjunturas geopolíticas. E nós, como representantes da economia alemã no Brasil, estamos nessas discussões fomentando o diálogo público-privado”, afirmou Konner.
Entre os temas listados por Ioschpe como vistos como prioritários estão as pautas de inteligência artificial, digitalização, descarbonização e sustentabilidade. Dentro do contexto de transição energética e climática, a pauta do hidrogênio verde terá destaque e essa é uma grande oportunidade para o Brasil, dado o potencial nacional para figurar entre os principais players do mercado global.
“Vivemos uma primeira faísca do brilhantismo da solução do hidrogênio verde e agora vivemos uma fase de aterrisagem. Precisamos olhar para esse mercado com muito realismo. Está muito claro o que a Alemanha espera, mas o Brasil ainda precisa definir suas próprias estratégias em relação a isso para se posicionar taticamente para o mercado global”, refletiu Paulo Alvarenga.
Explicando sua atuação como co-chair do pilar de Digital Transformation, Pablo Fava defendeu a importância da transversalidade dos temas abordados pelos pilares. “Levar conectividade para os povos ribeirinhos, por exemplo, provavelmente é a melhor forma de proteger a Amazônia. A pauta de transformação digital endereça diretamente temas como inclusão e sustentabilidade e é essencial para sermos um país mais competitivo”, afirmou, completando que, diante da relevância do tema, é importante que o empresariado brasileiro se engaje nessas discussões. “Faz parte da liderança gerar o melhor impacto que pudermos no ambiente e na sociedade que estamos inseridos.”