Produzir uma peça de roupa ou um calçado pode causar mais danos ao meio ambiente do que se pode imaginar quando se vai a uma loja. Tratar o couro para a fabricação de uma jaqueta, por exemplo, envolve a utilização de produtos químicos tóxicos. Além disso, fabricar tecidos sintéticos, como o poliéster, requer a manipulação de grandes quantidades de petróleo e muita água é gasta em uma plantação de algodão, só para citar alguns exemplos.
Em parceria com o Grupo de Trabalho Eco – EWG (Eco Working Group) da Associação da Indústria Outdoor – OIA (Outdoor Industry Association), um conjunto de 100 empresas varejistas desenvolveu um software que ajuda a medir o impacto ambiental de roupas e calçados em todo o processo de produção, do tratamento da matéria-prima à lata de lixo: o Índice Eco (Eco Index).
Com a ferramenta, companhias como Adidas, Nike, Levi Strauss & CO e Timberland pretendem agregar valor às suas peças e atrair novos clientes, informando quão “verdes” são os produtos.
O Índice Eco vai ser apresentado ao público pela primeira vez em agosto, na Feira de Varejo Outdoor (Outdoor Retailer trade), em Salt Lake City, nos Estados Unidos. O evento é propício, já que o público interessado em esportes e atividades ao ar livre – consumidores diretos desse grupo de empresas – tende a se preocupar mais com o impacto ambiental causado pelos produtos que consomem.
Ferramenta
O Índice Eco utiliza diretrizes ambientais e indicadores de desempenho para avaliar os impactos ambientais que o produto pode ter durante os seus estágios de vida: matéria-prima, fabricação e montagem da peça, embalagem, transporte e distribuição, tempo de uso e fim da vida útil. O software fornece dados sobre os padrões ideais de produção e atribui pontos ao produto ao analisar questões como gasto de água, utilização da terra, desperdício, uso de produtos tóxicos, energia, emissão de gases poluentes, entre outros.