Uma reunião entre diretores da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), representantes da Secretaria de Portos e o CEO do porto de Duisburg, na Alemanha, Erich Staake, poderá resultar em futuras parcerias para melhorar a logística do Porto de Santos.
O encontro, realizado na última segunda-feira (19), discutiu a formação de um grupo de trabalho que irá estudar soluções logísticas para o acesso e a movimentação de carga no terminal de Santos, segundo o assessor técnico da Secretaria de Portos, Luis Claudio Montenegro. Uma nova reunião, que deverá ocorrer ainda nesse semestre, definirá o modelo de trabalho e da parceria.
Nesse aspecto, Duisburg tem muitas contribuições a dar, pois é reconhecido por seus modernos terminais que oferecem agilidade no transbordo entre rio, oceano, ferrovias e rodovias. Segundo Staake, a solução para as condições geográficas limitadas em Santos passa pela implementação de um conceito multimodal integrado ao interior do País, por meio de transportes fluviais e terrestres. “O Brasil tem cinco vezes mais hidrovias e, no entanto, transporta apenas um décimo da carga movimentada na Alemanha”, afirma.
Para Staake, é inconcebível que um gigante agrícola como o Brasil utilize exclusivamente o transporte rodoviário para levar a soja de lugares tão distantes quanto a fronteira da Bolívia até Santos. Embora o movimento no maior porto brasileiro tenha chegado a 83,194 milhões de toneladas em 2009, ele salienta que não se pode avaliar somente o volume da carga, mas também os benefícios oferecidos. “São as facilidades e os serviços logísticos que agregam valor e permitem a expansão de um porto”, declarou o executivo.
Duisburg
O porto de Duisburg, localizado na região da Renânia do Norte-Westefália, movimenta mais de 45 milhões de toneladas anuais. É um dos mais importantes centros de logística fluvial do mundo, com mais de 300 mil companhias em operação na área. Em 2009, o Grupo Duisport alcançou uma receita de € 145 milhões, superando em 4,6% o próprio recorde do ano anterior.
