O ministro da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, anunciou durante a reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) em Natal (RN), editais no valor de R$ 865 milhões para o financiamento de pesquisas no Brasil nos próximos anos.
Cerca de R$ 500 milhões serão destinados ao financiamento de pesquisas em empresas privadas e mais de R$ 30 milhões serão investidos na criação de institutos focados nas ciências do mar, tema central da reunião da SBCP deste ano, que acontece até sexta-feira (30).
Segundo Rezende, o Brasil ocupa hoje o 13º lugar na no ranking dos países com a maior publicação de material científico no mundo. Além disso, está perto de fazer parte do grupo dos maiores produtores de conhecimento científico, fato que vem despertando o interesse de empresas multinacionais em trazer seus centros de pesquisa para o país. “Estamos perdendo o complexo de vira-lata”, afirmou.
No entanto, embora o Brasil seja um importante produtor de conhecimento, está longe de ser um grande investidor em pesquisa e desenvolvimento. Segundo dados do Ministério da Ciência e Tecnololgia, foram investidos US$ 23 bilhões nesse setor em 2008, o equivalente a 1,09% do PIB. Somente na Alemanha, por exemplo, o valor dos investimentos chegou a US$ 71 bilhões em 2007, ou 2,53% do PIB do País.
Estratégia
Para Marco Antonio Raupp, presidente da SBPC, o Brasil necessita hoje de um modelo de desenvolvimento que alie o conhecimento científico à economia, trazendo benefícios à sociedade de forma mais rápida. Segundo o presidente, o fortalecimento dos institutos de pesquisa seria a forma mais apropriada de promover o desenvolvimento tecnológico no Brasil.
Embora as universidades também desempenhem um papel importante na geração de conhecimento científico, Raupp aponta para o fato de que os institutos de pesquisa não universitários deverão ser os principais órgãos a interagir com as empresas.
“Eles podem gerar novos conhecimentos para atender demandas pré-definidas, estarão aptos a desenvolver novas tecnologias e, isentos de obrigações acadêmicas, terão flexibilidade para se adaptar ao ambiente produtivo empresarial”, afirmou durante a abertura da reunião anual da SBPC.