A inteligência artificial está cada vez mais abrindo novas fronteiras para indústrias, permitindo que máquinas não apenas vejam, mas interpretem cada processo com uma precisão similar a de humanos. Esse processo está acontecendo na empresa de alta tecnologia que oferece soluções de fabricação nas áreas de máquinas-ferramentas e tecnologia laser, a TRUMPF. O projetista de máquinas, KorbinianWeiß, lidera a equipe de reconhecimento de imagem de IA da empresa em Ditzingen e está desenvolvendo projetos controlados pela inteligência, como o TruLaser Center 7030.
O projeto é o primeiro laser totalmente automático da TRUMPF e atualmente tem “apenas” doze câmeras instaladas, que disponibilizam inúmeras imagens e videoclipes. Porém, se dependesse de Weiß, teria pelo menos 24 câmeras instaladas.
Juntamente com muitos outros dados, essas câmeras constituem a base para o desenvolvimento de máquinas e produtos completamente novos. São chamados de base do trabalho da equipe de Visão Computacional.
A TruLaser Center 7030 corta chapas com precisão milimétrica, mas o que a torna verdadeiramente inteligente está no aprendizado de máquina, um subcampo da Inteligência Artificial. Através da Visão Computacional, a máquina “aprende” a reconhecer padrões nas peças, otimizando o processo de corte a cada nova tarefa. Essa capacidade de aprender e se adaptar é o que diferencia uma máquina tradicional de uma máquina inteligente.
Korbinian é projetista de máquinas, mas há muito tempo desenvolve projetos controlados por software. Foi gerente de projetos no TRUMPF Sorting Guide, para o qual o uso de IA não foi originalmente planejado. O Sorting Guide, ou guia de classificação, deve funcionar com algoritmos completamente clássicos. “Funcionou muito bem na nossa sala de ensaios, tivemos excelentes resultados”, afirma o projetista, de 37 anos. Depois foram testar os clientes – “e nada funcionou”.
O problema eram as condições de iluminação. Os muitos materiais claros e escuros, superfícies reflexivas e objetos no ambiente eram um grande desafio para os algoritmos. Segundo Weiß, fazer o processo funcionar só foi possível graças à IA.
A base era mais de 100.000 imagens, que a equipe de Visão Computacional primeiro teve que rotular manualmente, ou seja, classificar. Com informações sobre se uma peça de chapa metálica estava visível ou não na imagem, e graças a algoritmos apropriados, a IA poderia “treinar” o software para melhorar cada vez mais sua precisão de previsão em inúmeros loops de treinamento.
Desde o Sorting Guide, lançado pela TRUMPF em 2020, muita coisa aconteceu na Visão Computacional. Não apenas as técnicas e os bancos de dados de algoritmos foram aprimorados, mas a forma de pensar também mudou. “Hoje, quando desenvolvemos produtos, sempre pensamos nos dados”, diz Weiß. É por isso que as câmeras são integradas ao TruLaser Center 7030, possibilitando modelos de negócios completamente novos.