O candidato à Presidência da República, José Serra, reuniu-se com representantes da indústria de base, nesta quinta-feira (26), em São Paulo. No encontro, realizado pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), o tucano ouviu as queixas dos empresários, que reclamaram da perda de competitividade da indústria nacional devido à valorização da moeda brasileira e da política cambial, que estaria fomentando um processo de desindustrialização.
“O Brasil tem algo muito fundamental para decidir sobre o seu futuro: se nós vamos voltar ao padrão de exportador de commodities ou se vamos manter um modelo de desenvolvimento baseado na indústria”, afirmou.
Serra declarou também que o Brasil carece de uma política de defesa comercial e que é preciso mudar o “tripé de distorções” – baseado nos juros altos, na pesada carga tributária e no gasto governamental – que prejudica o País a médio e longo prazo.
Além de criticar a política econômica do governo, afirmando que “o câmbio só flutua para baixo”, Serra também mencionou a taxa de investimento governamental que, segundo ele, é uma das mais baixas do mundo. “Em 2007, essa taxa era da ordem de 1,6% ou 1,7% do PIB, atrás somente do Turcomenistão”, disse.
O candidato prometeu ainda manter e ampliar o Programa de Sustentação do Investimento (PSI) do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Criado no ano passado para estimular a produção e aquisição de bens de capital, a previsão é de que vigore até dezembro.
As candidatas Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva (PV) também foram convidadas a participar do evento, mas segundo a Abimaq, não confirmaram presença.