Para alcançar a meta de reduzir as emissões de CO2 em 80% e obter 60% da energia elétrica por meio de fontes renováveis até 2050, o governo da Alemanha decidiu prorrogar o funcionamento das usinas nucleares no país.
O projeto de lei prevê que as unidades construídas até 1980 permaneçam em atividade até 2030, enquanto as plantas mais recentes poderão operar por 10 anos a mais. O plano original estipulava um prazo menor, até 2022, para que essa fonte de energia deixasse de ser usada por completo no país.
A prorrogação foi alvo de protestos em Berlim, no domingo (5), durante o encontro que reuniu a chanceler Angela Merkel, o ministro de Meio Ambiente, Norbert Röttgen, o de Economia, Rainer Brüderle, o de Finanças, Wolfgang Schäuble, entre outros parlamentares, para decidir a questão.
A medida renderá aos cofres públicos € 15 bilhões a mais em impostos, quantia que será destinadas à produção de energias renováveis para que o país tenha, nas próximas décadas, ” a oferta elétrica mais eficiente do mundo”, segundo a chanceler alemã.
Atualmente, a Alemanha tem 17 reatores nucleares em operação que são responsáveis por 22,6% de toda a eletricidade consumida no país.
Panorama
O governo alemão já havia anunciado, em junho, o aumento do imposto sobre a energia produzida pelas usinas nucleares a partir de 2011. A taxa visa levantar cerca de € 2,3 bilhões por ano.
Assim como a instituição de um novo imposto aéreo e a redução dos descontos oferecidos nos tributos ambientais das indústrias, a nova taxa faz parte de um conjunto de medidas adotadas pelo governo para reduzir o déficit público em € 80 bilhões até 2014.