Stuttgart inspira projeto de revitalização em SP

São Paulo receberá da União Europeia (UE) mais de € 100 mil para a realização de um estudo que resultará no plano urbanístico de revitalização de áreas degradas na região da Mooca. O projeto URBAL III INTEGRATION – Integrated Urban Development, coordenado pela cidade de Stuttgart, será inspirado em iniciativas aplicadas no município alemão desde os anos 1980, que consiste em mapear regiões urbanas contaminadas e ociosas, revitalizá-las e transformá-la no que chamam de “compacto urbano verde”.


A experiência foi apresentada durante o “Seminário Internacional São Paulo – Cidade Compacta”, realizado nesta quarta-feira (15). Uma delegação chefiada pelo diretor do programa, Hermann Kirchholtes, participou do evento. O grupo é formado por técnicos e representantes da Prefeitura de Stuttgart.


Segundo Andreas Marker, que coordena o projeto no Brasil, o processo de licitação para a realização do estudo de mapeamento já está em andamento. Ele deverá ficar pronto no próximo ano e, depois disso, deverão ser iniciadas novas licitações para a execução, sob administração de Prefeitura de São Paulo.


Outras seis cidades latino-americanas, no México, na Colômbia e no Equador, fazem parte do programa da UE. No Brasil, além da capital paulista, o Rio de Janeiro integra o projeto.


Modelo


Iniciada há cerca de 30 anos, a revitalização do centro de Stuttgart teve início com o mapeamento de áreas com solo e lençol freático poluídos. Os locais foram descontaminados e, então, abriu-se espaço para a construção de moradias e comércio. A parceria com a iniciativa privada foi fundamental para a execução do projeto, segundo Kirchholtes. Muitas ações são realizadas até os dias de hoje na cidade, para promover um melhor desenvolvimento interno.


Um dos pontos importantes dessas iniciativas, no entanto, vem recebendo críticas dos moradores. Ele prevê o enterramento de 9,5 km de trilhos da principal linha férrea que cruza a cidade. A população realiza protestos constantes contra o uso de mais de € 4,8 bilhões na obra.

Luiz Guadagnoli/Secom
Luiz Guadagnoli/Secom