Dois grupos de cientistas alemães estão estudando uma forma de diagnosticar o Alzheimer mais cedo e, assim, desenvolver novos tratamentos que controlem a doença. Atualmente, cerca de 35 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem da patologia e os especialistas estimam que esse número dobre até 2050.
Sob a liderança dos professores Jochen Herms, da Universidade de Munique, e Boris Schmidt, da Universidade Técnica de Darmstadt, o grupo de pesquisa “Diagnóstico Molecular de Doenças Degenerativas pelas Olhos” (MINDE), que reúne cientistas das duas universidades, descobriu que pode ser possível identificar a presença do Alzheimer na retina, por meio de uma biofotometria do olho.
De acordo com Herms, a retina de quem sofre de Alzheimer apresenta anormalidades decorrentes de falhas nos processos cerebrais. Ao rastrear essas falhas, é possível identificar a doença antes mesmo que ela apresente os sintomas. Tratar a patologia em seu estágio inicial evita que ela avance e cause danos permanentes.
Para possibilitar o diagnóstico, a empresa alemã especializada em lentes, Carl Zeiss AG, está desenvolvendo um equipamento que possa escanear o cristalino (lente dos olhos) e a retina com um laser, sem oferecer riscos.
Os pesquisadores da universidade de Darmstadt estão desenvolvendo pigmentos que identifiquem essas anormalidades no olho e o grupo de Munique está realizando experimentos que mostrem a ligação das mudanças na retina e os processos cerebrais.
O projeto recebeu € 3,9 milhões do Ministério Federal de Educação e Pesquisa da Alemanha e deve apresentar seus resultados oficiais até o final desse ano.