O governo alemão está
reavaliando o financiamento que prometeu à francesa Areva e à alemã Siemens
para construírem em conjunto a usina nuclear de Angra III, no Rio de Janeiro.
Segundo o Ministério alemão da Economia (BMWi), a tecnologia usada na usina
brasileira se assemelha à de Fukushima, no Japão, cujos reatores ameaçam agora
explodir e causar um desastre nuclear.
Brasil e Alemanha mantêm,
desde 1975, um acordo de cooperação para a construção de usinas nucleares, que
prevê o fornecimento de equipamentos com tecnologia de ponta para Angra II e
III. Para fomentar as exportações do país, o governo alemão subsidia a
participação de empresas alemãs nas obras brasileiras, facilitando-lhes o
acesso e protegendo-as também de possíveis falências.
Para a realização de Angra
III, o consórcio Areva/Siemens receberia mais de € 1 bilhão dos cofres alemães,
mas as autoridades temem que o atraso de mais de 30 anos nas obras possam
oferecer riscos para os seres humanos e para a natureza e, por isso, decidiram
reavaliar a concessão do crédito.
Em nota, o BMWi informou que
o governo brasileiro será consultado para saber em que medida os acontecimentos
no Japão terão efeito nos próximos procedimentos e nos padrões a serem
utilizados na usina de Angra III.