No terceiro encontro do ciclo de palestras “Eleições 2018 – Reformas e Desenvolvimento”, a Eurocâmaras e o Club Transatlântico receberam João Amoêdo, pré-candidato à Presidência do Brasil pelo Partido NOVO.
Realizado na última sexta-feira (22), o evento faz parte de uma plataforma de troca de ideias entre os pré-candidatos à Presidência da República e o empresariado europeu.
A plateia contou com cerca de 120 empresários de empresas associadas às Câmaras Europeias representadas no Brasil. O almoço foi inaugurado pela fala de abertura da mesa diretora composta por Renato Pacheco, Presidente da Câmara de Mediação e Arbitragem das Eurocâmaras (CAE); Oskar Kedor, Presidente Club Transatlântico; Ingo Plöger, Presidente do Conselho de Empresários da América Latina (CEAL); Claudinei Reche, da Eurocâmaras e da Câmara Sueco-Brasileira; Gilles Coccoli, da Eurocâmaras e da Câmara França-Brasil e Christian Lohbauer, do Partido Novo.
Durante o evento, Amoêdo abordou temas como a falta de segurança e de liberdade econômica, a estagnação da produtividade, o combate à corrupção e a necessidade do fim de privilégios políticos. “Temos um Governo que dá auxílios para quem menos precisa, benefícios para quem menos merece e tributa quem mais trabalha”, destacou o pré-candidato.
Para ele, o cenário atual do Brasil pede com urgência o surgimento de líderes que não se utilizem do sistema atual e que tenham coragem de dizer a verdade. “Os políticos são mestres na terrível arte de transferir responsabilidades, recebendo benefícios enquanto oferecem muito pouco em troca. É preciso entender que cada um de nós é o salvador que a pátria precisa”, afirmou.
Amoêdo sabe bem que ainda é um rosto relativamente novo no meio político. Ele vem de uma carreira bem-sucedida na iniciativa privada, tendo se formado em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Administração de Empresas pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Indignado com a alta carga tributária e a péssima qualidade dos serviços recebidos do Estado, decidiu fundar o NOVO em 2011. O partido parte da premissa de se manter apenas com doações voluntárias de seus apoiadores, sem usar dinheiro público.
Para ele, novos nomes são necessários para trazer à política brasileira o frescor de novas ideias e posturas. “Temos lideranças excepcionais no mundo privado, mas que não migram para o universo político”, declarou, ressaltando que o meio político nunca esteve em tão grande descrédito com a sociedade. “Chegou o momento de acabar com esse hábito de mostrar eficiência nos primeiros 45 dias de mandato e um péssimo governo no restante dos 4 anos”, afirmou.
O pré-candidato destacou que seus planos de governo envolvem a privatização das estatais, dar mais autonomia para estados e municípios, além de maior integração entre os governos Federal, Estadual e Municipal. Ele destacou também a necessidade de diminuir os impostos e criar oportunidades menos burocráticas para quem empreende. “Precisamos arrumar as contas, trazer segurança para a economia e, assim, atrair capital.”
Amoêdo revelou ainda que, uma vez eleito, trabalhará para estimular uma aproximação maior entre o Brasil e a União Europeia. “É preciso resgatar o protagonismo do Brasil no continente. Somos um povo trabalhador, empreendedor, criativo. Então por que não conseguimos avançar e vivemos tantos altos e baixos? Porque precisamos abrir a economia e participar mais ativamente do mundo globalizado. Nos falta capacidade de geração de riqueza”, afirmou.
Quando o assunto é educação, o pré-candidato declara que acredita no investimento nos professores e na educação básica. “Gasta-se muito mais com o nível superior do que com o nível básico. Quem faz faculdade pública é justamente quem teve acesso ao ensino privado”, afirmou, completando que, para ele, a solução para o problema está em maiores investimentos nos profissionais da educação.
Fotos: Divulgação AHK São Paulo / Victoria Paris