O monopólio chinês de metais de terras raras ameaça o desenvolvimento de países europeus, dos Estados Unidos e do Japão, aponta um relatório do Instituto Alemão de Economia de Berlim (DIW-Berlin). Esses minérios, cujos principais representantes são monazite, bastnasite, xenótimo e loparite, são fundamentais para a indústria de alta tecnologia e para o setor automobilístico, entre outros.
Hoje, aproximadamente 97% dos metais de terras raras do mundo são extraídos e beneficiados na China. Eles são utilizados na fabricação de celulares, baterias, tocadores de MP3, bem como em turbinas eólicas, motores elétricos e lâmpadas econômicas. “Com o poder desse monopólio o país pode controlar a oferta a qualquer momento”, afirma Antje Kröger, pesquisadora do DIW.
A China utiliza seu monopólio sobre os preços e os prazos de entrega para promover a própria indústria e atrair empresas para o país, oferecendo, inclusive, recursos àquelas que se instalarem naquela região, diz o relatório. “Atualmente, 60% da produção global de minérios raros são utilizados diretamente na China”, destaca Antje.
Da mesma forma, há uma crescente demanda da China por outros metais, como o minério de ferro – matéria-prima mais utilizada pela indústria, depois do petróleo. Ao longo da última década, a demanda chinesa por importações desse minério aumentou em quase dez vezes.
“Em 2009, dois terços das importações globais de minério de ferro foram para a China. Se as tendências atuais continuarem, principalmente a concentração do crescimento da oferta e demanda, deve-se esperar que continuem a aumentar os preços dos metais”, adverte Aleksandar Zaklan, especialista da DIW Berlin.