Gestão de risco é pouco praticada no Brasil

Apesar de muitas organizações reconhecerem a importância da gestão de risco, existem ainda vários desafios para uma implementação bem sucedida desse tipo programa. De acordo com uma pesquisa realizada pela KPMG com 67 empresas de diversos setores no Brasil, somente 44% delas já contam com este sistema estratégico.


O maior desafio está ligado ao aspecto cultural. “Muitas empresas veem isto como um mecanismo de controle, que torna o ambiente mais burocrático”, afirma Guilherme Dultra, gerente de Risk & Compliance da KPMG no Brasil. Compreender os processos e definir os papéis são aspectos fundamentais para o desenvolvimento de um programa de gestão de risco. “Um problema comum nessa situação é que questões básicas como decidir internamente os papéis desta gestão não são bem definidos nas empresas”, completou Dultra.


A análise mostrou que mais de 20% das organizações consideram fundamental para o sucesso do gerenciamento de riscos a sensibilização e a existência de uma cultura forte de riscos em toda a empresa. O “apoio da alta administração” foi apontado por 17% dos executivos como segundo aspecto mais importante. “Ter o patrocínio da diretoria e da presidência para projetos voltados à gestão de riscos é fundamental para o sucesso da atividade. Sem esse apoio, muitos desses programas acabam perdendo a efetividade ou simplesmente nem saem do papel”, explica André Coutinho, sócio de Risk & Compliance da KPMG no Brasil.


Além de contribuir para um melhor gerenciamento, os benefícios da gestão de riscos são bem maiores que o investimento necessário para implementação do mesmo, afirmam os especialistas.


No Brasil, as empresas ainda estão na fase de amadurecimento dos processos de identificação de riscos e de definição de procedimentos, mas a demanda por cursos e especializações nesta área tem crescido nos últimos anos.

SXC
SXC