Representantes de 183 países estiveram reunidos até a última sexta-feira (17) em Bonn, na Alemanha, para debater as bases do novo acordo climático que substituirá o Protocolo de Kyoto, cuja expiração será em 2012. O encontro entre os cerca de 3 mil negociadores internacionais foi um dos últimos antes da Conferência do Clima de Durban (COP-17), que acontecerá em dezembro desse ano na África do Sul.
Durante os debates em Bonn, a chefe de assuntos climáticos da Organização das Nações Unidas (ONU), Christiana Figueres, pediu para que as nações foquem em limitar o aquecimento do planeta a apenas 2 graus Celsius até 2100. “Agora, mais do que nunca, é crítico que todos os esforços sejam mobilizados na direção de cumprir esse compromisso”, enfatizou.
Diante da possibilidade de haver um “gap” entre a expiração do Protocolo de Kyoto e a implementação de um novo acordo, Christiana pediu para que os governantes redobrem seus esforços e proponham soluções viáveis para todas as partes envolvidas o mais rapidamente possível.
A criação do Fundo Verde, proposta durante a última Conferência do Clima da ONU, em 2010, também voltou a ser discutida durante as reuniões em Bonn. O pacote prevê a disponibilização de até US$ 100 bilhões por ano para financiar a redução de emissão de gases causadores do efeito estufa e o uso de tecnologias limpas em países em desenvolvimento.
De acordo com a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), que participou do encontro, as negociações caminham para o fim do Mecanismo do Desenvolvimento Limpo (MDL), cuja principal ferramenta é a comercialização de créditos de carbono. A decisão, no entanto, não será apoiada pelos representantes brasileiros, que propõem que o documento atual seja mantido com reduções maiores para países europeus e mecanismos de Redução de Emissões por Desmatamento e Devastação Florestal (Redd).
Os organizadores da COP-17 estão considerando uma última sessão de debates antes das discussões oficiais em Durban.