Nos últimos 21 meses até maio deste ano, a classe média cresceu 11,1% no Brasil. No mesmo período, 12,8% dos brasileiros migraram para as classes A e B, totalizando um aumento de 48,8 milhões de pessoas nas três classes mencionadas desde 2003, conforme revelou uma pesquisa da Fundação Getúlio Vargas, divulgada nesta segunda-feira (27).
Somente no último ano, 3,7 milhões de pessoas passaram a integrar a nova classe média (classe C), a qual conta com uma renda mensal familiar que varia entre R$ 1.200,00 e R$ 5.174,00, segundo o documento.
Em contrapartida, a base da pirâmide econômica formada pelas classes D e E teve uma redução de 32,6 milhões de pessoas desde 2003, destes 9,7 milhões somente nos últimos dois anos. A queda acumulada na taxa de pobreza é de 54,1% em oito anos, atingindo hoje 12,8% da população. Com isso, quase 25 milhões de pessoas cruzaram a linha da miséria e passaram a integrar a classe E, com uma renda mensal de até R$ 751,00.
Outro desenvolvimento apontado no estudo elaborado pelos pesquisadores do Centro de Políticas Sociais da FGV é a diminuição da desigualdade econômica no País, sendo este o 11º ano de queda consecutiva. Neste sentido, o documento mostrou que o crescimento da renda média dos mais pobres é maior do que o da população de classe alta (6,3% contra 1,7%).
Além disso, a renda média também cresce mais do que o Produto Interno Bruto (PIB), ao contrário do que acontece nos demais países do BRIC (Rússia, Índia e China) e também do G7, grupo dos sete países mais industrializados e desenvolvidos economicamente (França, Itália, Alemanha, Japão, Reino Unido, Estados Unidos e Canadá).
A expansão do mercado de trabalho formal, que teve o seu terceiro melhor ano desde 2000, o crescimento da economia com uma inflação mais estabilizada e as melhorias das condições de renda da população contribuíram significativamente para este processo de transformação das classes econômicas.