Construções sustentáveis economizam até 30% de energia

No Brasil, 81% da população vive em áreas urbana – realidade que se repete em diversas cidades do mundo, onde a pressão populacional acentua as discussões sobre o desenvolvimento de construções mais sustentáveis, que reduzam o consumo de energia e dos recursos naturais.


Esse foi o tema de um dos painéis dessa quinta-feira (30) do congresso Ecogerma, que reúne 40 palestrantes durante dois dias, em São Paulo. A diretora executiva do Green Building Council, Maria Clara Coracini, ressaltou que a construção civil consome 40% dos recursos naturais globais, o que explica a importância da necessidade de engajamento do setor. “Edificações que saibam utilizar bem os recursos é tudo o que precisamos hoje”, destacou.


Construções que atendam a normas de certificações já são uma realidade. Elas conseguem reduzir de 30% e 50% o consumo de água, diminuem o uso de energia em cerca de 30% e eliminam o desperdício em até 90%.


No Brasil, são aplicadas atualmente duas certificações ambientais: o Aqua e o Leed (Leadership in Energy and Environmental Design), de origem americana. Há ainda os selos Sustentax e Procel Edifica, ambos brasileiros.


Nos próximos meses, começará também a ser desenvolvida no País a certificação alemã para construções sustentáveis DGNB. A informação é do engenheiro Jörg Spangenberg, que chefia o escritório da Werner Sobek em São Paulo, empresa de engenharia, design e sustentabilidade. “Trata-se de um sistema unificado de certificação que torna a sustentabilidade mensurável”, explicou.


Segundo Spangenberg, o selo alemão já é usado em alguns países europeus, na China e na Tailândia, e considera todo o ciclo de vida das edificações – do conceito ao planejamento, da construção ao uso, até a demolição. “Eu sei que o Brasil está longe de alcançar isso, mas precisamos começar para o futuro”, comentou Spangenberg.

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