ONU convoca reunião para discutir crise na África

 A Organização das Nações Unidas para a Alimentação (FAO) quer reunir representantes de todos os 191 países membros, além de outras instituições da ONU e organizações não governamentais (ONGs), para discutir a questão da ajuda alimentar e a situação de seca na África, conforme informou o porta-voz Erwin Northoff à agência de notícias AFP.


A reunião, agendada para a próxima segunda-feira (25), em Roma, teria sido convocada a pedido do governo francês, que pretende lançar um programa excepcional de ajuda à Somália. Devido à extrema seca e também aos conflitos armados, pelo menos 12 milhões de pessoas sofrem com a falta de alimentos na região do chamado Chifre da África, declarou um economista da FAO, Shukri Ahmed, na semana passada.


A região formada pela Etiópia, Somália, Quênia, Uganda e Djibuti tem experimentado “a maior crise de alimentos da atualidade”, informou também a porta voz do Escritório de Assistência Humanitária da ONU, Elizabeth Byrs. Além do preocupante aumento dos preços dos alimentos, principalmente dos grãos, que representam uma parte essencial da alimentação local, a seca também tem um impacto no aumento do fluxo de refugiados.


De acordo com informações da ONU, atualmente, o seu acampamento em Dadaab, no norte do Quênia, recebe diariamente cerca de 1.500 pessoas e já abriga quase 400 mil pessoas, cerca de quatro vezes mais do que sua capacidade.


Apoio financeiro planejado e primeira ajuda recebida


Em função da crise, a União Europeia (UE) anunciou um significante aumento dos recursos para as áreas afetadas. De acordo com a comissária responsável por Ajuda Humanitária, Kristalina Georgieva, a UE deve elevar em € 5,7 milhões, totalizando € 70 milhões, o apoio financeiro para os países do Chifre da África.


Além da UE, alguns países europeus também prometeram ajuda financeira: de acordo com notícias na imprensa europeia, os governos alemão e britânico anunciaram um aumento de € 5 e € 7 milhões, respectivamente, de suas contribuições financeiras para tentar para salvar os milhões de pessoas ameaçadas pela fome.


Enquanto isso, a ONU conseguiu entregar neste último final de semana em Baidoa, região central da Somália controlada por rebeldes islâmicos, um primeiro carregamento aéreo com cinco toneladas de alimentos e medicamentos. De acordo com Iman Morroka, porta-voz do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) na Somália, essa primeira missão aconteceu sem impedimentos e com a autorização dos rebeldes da região, o movimento dos shebab.

SXC
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