O governo federal e o Ministério da Ciência e Tecnologia apresentaram oficialmente o Programa "Ciência sem Fronteiras", que vai conceder 100 mil bolsas de estudos a estudantes e pesquisadores brasileiros que desejem realizar pesquisas em universidades estrangeiras.
Durante a exposição do projeto, nesta terça-feira (26), o ministro da pasta, Aloizio Mercadante, disse que a preocupação inicial é favorecer a produção de conhecimento nas áreas de engenharia, ciências exatas, biológicas e da saúde, além da computação e da tecnologia da informação, incentivando a inovação e o registro de patentes no País. “Enquanto a Coreia [do Sul] tem um engenheiro para cada quatro formandos, o Brasil tem uma proporção de um para cada 50 formandos”, argumentou o ministro, conforme informações da Agência Brasil.
Mercadante lembrou que apesar de ocupar a 13ª posição no ranking mundial de produção científica, quando o assunto é inovação o País aparece em 47º lugar. “Na área de inovação, o Brasil está muito distante da posição que detém na economia mundial”, disse.
Do total de bolsas, 75 mil serão financiadas pelo governo federal e outras 25 mil pela iniciativa privada. A maior parte das bolsas custeadas pelo governo será destinada a intercâmbios de estudantes de graduação (27,1 mil) e de programas de doutorado sanduíche (24,6 mil). Candidatos a estudos de doutorado integral, pós-doutorados e estágios também serão beneficiados, bem como especialistas em treinamento em empresas no exterior, jovens cientistas e pesquisadores visitantes.
Seleção
A escolha das universidades estrangeiras que receberão os bolsistas brasileiros será feita de acordo com os rankings apresentados pela Times Higher Education e pela QS World University. "Teremos os melhores estudantes brasileiros estudando nas 50 melhores universidades do mundo", destacou Mercadante.
A primeira seleção do programa "Ciência sem Fronteiras" será realizada no primeiro semestre de 2012.