EUA evitam calote, mas inseguranças permanecem

Depois de um longo debate, a lei que eleva o teto da dívida pública dos Estados Unidos e prevê a redução do déficit do governo norte-americano foi sancionada. Dessa forma, o governo norte-americano conseguiu evitar um calote horas antes de o país teoricamente ficar sem recursos para pagar suas contas.

De acordo com a proposta, os EUA deverão fazer um corte de US$ 2,4 trilhões nos gastos públicos e o teto da dívida será elevado na mesma proporção. Na opinião do presidente americano, Barack Obama, o acordo evitou uma "catástrofe" e permitirá ao país manter investimentos-chave, como nas áreas de educação e pesquisa, que resultam em novos empregos.

Embora o desastre econômico americano tenha sido evitado, a crise nos Estados Unidos e na Europa ainda gera inseguranças. Conforme informações da Agência Brasil, na opinião do ministro da Fazenda brasileiro, Guido Mantega, as nações emergentes acabam sendo afetadas na questão cambial, na política monetária e com a falta de mercado para exportações.

"O que me preocupa mesmo é a questão de fundo, que é a dificuldade da recuperação econômica, a manutenção do desemprego elevado e o crescimento fraco da demanda, a não resolução dos problemas que levaram à crise do subprime [crise de crédito que as turbulências no mercado financeiro a partir de 2008]”, disse ele.

Já na opinião do cientista político alemão Werner Weidenfeld, diretor do Centro de Pesquisa de Políticas Aplicadas da Universidade Ludwig-Maximilians (LMU), de Munique, a crise foi mais uma encenação econômico-política e o debate, uma disputa entre os representantes do governo em função das eleições presidenciais de 2012.

Sobre a recuperação da economia norte-americana, o professor afirma, que "os Estados Unidos possuem vitalidade suficiente para conseguir sempre um novo crescimento".

SXC
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