O Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgou ontem (3) um relatório anual sobre a condição econômica do Brasil. O documento apontou que as perspectivas para a economia são positivas, mas ressaltou sinais de superaquecimento que, na opinião do FMI, só será contornado com mais medidas para enfrentar pressões de curto prazo, sobretudo fiscais e no crédito.
De acordo com o organismo, o Brasil é hoje um dos principais atores do cenário global por causa do "sólido arcabouço de política econômica e do compromisso sustentado com o controle da inflação e dos níveis de dívida pública, tornando a economia mais resistente a choques externos". Para este ano, o Fundo mantém a previsão de 4,1% de crescimento econômico do País.
Apesar de elogiar a gestão macroeconômica das autoridades brasileiras, o organismo ressalta que a força da demanda interna, dificuldades nas condições de mercado de trabalho e choques nos preços de produtos básicos impulsionaram a inflação, que neste ano deve ficar próxima ao teto da meta, que é de 6,5%. A diretoria executiva do FMI considera que um aperto fiscal adicional ajudaria a baixar a inflação e administrar o influxo de capitais, reduzindo a necessidade de elevar ainda mais os juros, prática adotada pelo Banco Central (BC) desde o início do ano.
O relatório também mostra preocupação com a expansão do mercado de crédito, que como porcentagem do PIB, saltou de 20% em 2004 para 46% em 2010. O crédito bancário ao setor privado também cresceu em 20% em abril de 2011. Nesse caso, os especialistas acreditam que é necessário prestar mais atenção aos riscos financeiros e adotar medidas mais extensas.
Outro destaque para a diretoria do Fundo é a recuperação vigorosa do Brasil em relação à crise financeira que se iniciou em 2008. O País cresceu 7,5 em 2010 e, segundo estimativas, está com seu Produto Interno Bruto (PIB) acima do potencial.