A criação de eurobônus para solucionar a crise na Europa custaria ao governo alemão € 47 bilhões anuais, conforme estimativas do Ifo, instituto de pesquisa econômica de Munique.
A receita sugerida por alguns países europeus, como Itália e Espanha, de criar o mecanismo de emissão conjunta de títulos da dívida para compartilhar a conta da crise, vem sendo recusada pela chanceler alemã, Angela Merkel, e pelo presidente francês, Nicolas Sarkozy.
A Alemanha paga, atualmente, juros 2,3% menores do que a média da zona do euro pelos títulos públicos. Se os títulos comuns fossem adotados, à dívida alemã de € 280 bilhões se somariam € 47 bilhões por ano, segundo o Ifo.
O Instituto fez um “forte alerta” contra a introdução do eurobônus. Mesmo que a Europa tenha tido a força necessária para formar um Estado Federal, diz o Ifo, “não faz sentido compartilhar a dívida contraída por governos individuais”. E completa: “o princípio da responsabilidade é básico para qualquer atividade econômica racional e um dos pontos básicos da economia de mercado”.
Panorama
Após reunião na última terça-feira (16), Merkel e Sarkozy apresentaram um plano para tentar conter a crise e acalmar os mercados financeiros, sem a criação do eurobônus.
Eles propõem a suspensão dos fundos estruturais àqueles que não conseguirem reduzir o déficit orçamentário e a definição de limites de endividamento nas legislações dos 17 países da zona do euro. Também sugeriram a maior integração econômica entre os membros da UE, por meio da criação de um "conselho do euro”.