Segundo uma reportagem publicada na edição de setembro da revista National Geographic da Alemanha, nas últimas décadas, houve uma drástica redução da taxa de fertilidade no Brasil e as populares novelas brasileiras contribuíram para isso.
Atualmente, as mulheres brasileiras têm em média 1,9 crianças, enquanto há duas gerações essa média ainda era de 2,36. Pesquisadores descobriram que as populares novelas noturnas – assistidas por milhões de pessoas e assunto frequente no dia a dia – exercem forte influência nessa situação. Elas criaram um novo ideal da família brasileira moderna: rica, de pele clara e pequena.
No entanto, tal estereótipo não foi criado intencionalmente por produtores de TV. "É mais fácil escrever novelas sobre pequenas famílias", explicaram os produtores citados pela revista. Além da influência das novelas, a reportagem também aponta outros quatro fatores determinantes para a redução da taxa de fertilidade no País, entre eles, a força das mulheres brasileiras, que conquistam cada vez mais os seus direitos em uma cultura machista. "Quando a presidente Dilma Rousseff se candidatou à presidência, foram discutidas as propostas políticas dela e não questionado se o País estaria pronto para um mulher no poder ou não", explica a matéria.
A mudança na estrutura familiar brasileira também se deve ao movimento migratório para as grandes cidades, onde, principalmente para famílias com crianças, o custo de vida é mais alto e a qualidade de vida mais baixa. Além disso, a matéria aponta a venda de anticoncepcionais sem prescrição médica, a facilidade de se realizar uma laqueadura (esterilização feminina pelo corte ou ligamento cirúrgico das tubas uterinas) e as melhorias no sistema de aposentadoria nacional como fatores que também contribuíram para esse desenvolvimento.