Segundo dados da União Europeia, cerca de 50% dos alimentos presentes em residências e supermercados dos estados-membros são desperdiçados, enquanto 79 milhões de cidadãos do bloco vivem abaixo da linha da pobreza e 16 milhões dependem de ajuda de instituições de caridade e ONGs para se alimentar.
Para reverter a situação, a Comissão da Agricultura da UE se reuniu ontem (23) para criar medidas urgentes, priorizando a redução pela metade dos resíduos alimentares até 2025 e a melhoria do acesso à alimentação para a população mais pobre.
Durante os próximos meses, campanhas de conscientização serão promovidas em todos os países membros , que também irão introduzir cursos de educação alimentar em escolas e faculdades, com treinamentos sobre como armazenar, cozinhar e reaproveitar restos de comida.
Como o desperdício alimentar ocorre desde a produção até o consumo, a Comissão estabeleceu que os países terão que adaptar suas normas nacionais para garantir a eficiência do abastecimento de comidas, considerando setor por setor e promovendo uma relação direta entre produtores e consumidores.
Sustentabilidade
Para popularizar a sustentabilidade nas etapas de produção, fornecimento, armazenamento, comercialização e consumo, os deputados do Parlamento Europeu querem que 2013 seja designado como o Ano Europeu Contra o Desperdício de Alimentos.
Ainda,está previsto que instituições públicas ofereçam benefícios fiscais aos fornecedores social e ambientalmente responsáveis, que comprovem a utilização de produtos locais e a redistribuição de alimentos para organizações de combate à fome.
Prazos e embalagens
A fim de evitar que varejistas vendam produtos cuja data de validade está prestes a expirar, a Comissão sugere que seja introduzida uma nova rotulagem, indicando além do prazo de consumo, até quando o alimento poderá ser vendido.
As companhias também terão que oferecer embalagens de tamanhos pequeno, médio e grande, e os produtos alimentares com embalagens danificadas deverão ser vendidos a preços promocionais.
A resolução com as novas diretrizes, elaborada pelo deputado do Parlamento Europeu, Salvatore Caronna,foi aprovada com 38 votos a favor e um contra. A votação em plenário está prevista para 15 de dezembro, em Estrasburgo.